Usada para o isolamento das casas e tida como não nobre, a cortiça escura dos ramos dos sobreiros é a matéria prima da Black Cork, uma marca produzida em Abrantes que junta a reciclagem ao design.
O termo técnico é falca. É a cortiça que não está no tronco do sobreiro mas sim nos ramos da árvore. Durante muito tempo, não servia para nada. Fazia-se a poda ou os ramos caíam pela lei da gravidade e ela ali ficava, a ver a cortiça do tronco, branca e nobre, ser retirada para criar rolhas e outros objetos. Mas depois começou-se a reparar nos galhos que iam para o lixo: “a madeira apodrecia e a cortiça ficava impecável anos e anos”. E começou-se a aproveitar a falca, que saiu do chão mas nem por isso deixou de estar escondida: até há pouco tempo, era usada exclusivamente para fazer o isolamento das casas.
- Daniel Vieira foi um dos designers convidados a criar uma peça para a Black Cork e desenhou estes “moon mirrors” (110€ e 210€).
- O candeeiro Tosco (170€), desenhado por Toni Grilo, é vendido com umas lamelas interiores, e quem o compra pode arrancá-las à medida. Quanto mais quiser abrir o foco, mais lamelas tem de tirar.
- As vigas que geralmente vemos nos estaleiros de construção foram transformadas por Manuel Vital num banco chamado, apropriadamente, Under Construction (248€).
- O “bestseller” também dá para sentar e é a cadeira Cut (315€), de Toni Grilo. “Basicamente é um bloco cortado a serra”, diz o designer. “É simplicidade na produção e simplicidade criativa – é só um traço. As costas são inseridas dentro da cortiça. É um pouco como o tronco que está protegido.”
- O Cut existe também na versão banco (245€), com as costas mais curtas e igualmente em carvalho. “Se a peça for para exterior, usa-se kambala, uma madeira africana que resiste a tudo.”
- A mesa Rolha (315€) foi desenhada por Gonçalo Campos. Os pés são em carvalho…
- …e vêm com