O reforço resultou de uma melhoria do saldo da balança de bens e serviços (devido a menor défice na balança comercial de bens), e a um excedente mais elevado na balança de serviços, em especial devido ao turismo.

O saldo da balança corrente e de capital – que mede o equilíbrio entre a economia portuguesa e o exterior – reforçou-se em 2015 de 2.770 para 3.066 milhões de euros. Ou seja, de 1,6% para 1,7% do PIB, de acordo com os dados publicados hoje, 18 de Fevereiro, pelo Banco de Portugal.

O indicador mostra se economia portuguesa está desequilibrada face ao resto do mundo, no que diz respeito aquilo que compra e vende (exportações e importações) ou ao dinheiro que entra e sai do país (remessas de emigrantes, por exemplo). Depois de anos de sucessivos défices, Portugal atingiu uma posição excedentária em 2012, tendo-a conservado desde então.

Importa distinguir défice externo (o saldo da balança corrente e de capital) e défice orçamental. Enquanto o segundo diz respeito a toda a economia (Estado, empresas e famílias), o défice orçamental abrange apenas a Administração Pública.

“Em 2015, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital ascendeu a 3,1 mil milhões de euros (1,7 por cento do PIB), mais 0,3 mil milhões de euros do que em 2014”, escreve o Banco de Portugal. “Para essa evolução contribuíram todas as componentes da balança corrente, com excepção do rendimento primário, o qual foi influenciado por um maior défice dos rendimentos de investimento e por um menor recebimento de fundos comunitários.”

Este reforço foi o resultado de uma melhoria do saldo da balança de bens e serviços, que aumentou 1,1 mil milhões de euros. Isso deveu-se a um menor défice na balança comercial de bens, mas principalmente a um excedente mais elevado na balança de serviços, com especial destaque para o turismo, que continua a crescer a um ritmo acelerado.

“O crescimento homólogo das exportações, de 4,7 por cento (3,7 por cento nos bens e 6,6 por cento nos serviços), foi superior ao crescimento homólogo das importações, de 3,2 por cento (2,5 por cento nos bens e 6,1 por cento nos serviços). É de salientar a evolução positiva da rubrica “Viagens e turismo”, em particular da componente de exportações”, pode ler-se na publicação do Banco.

Se olharmos para a balança financeira, houve um reforço dos activos líquidos de Portugal sobre o exterior, nas administrações públicas (devido ao reembolso antecipado de parte dos empréstimos do FMI) e no sector financeiro (amortização de dívida dos bancos portugueses).

Fonte: Negócios

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