A companhia francesa de energia renovável estão a negociar em exclusivo a compra da Martifer Solar com os dois principais accionistas: o grupo Martifer e a HSF. O negócio poderá ficar concluído no terceiro trimestre.
Os franceses da Voltalia estão interessados na Martifer Solar. As conversações estão actualmente a decorrer e o negócio deverá ficar fechado por nove milhões de euros.
Neste momento estão a ter lugar as negociações em exclusivo entre a Voltalia e os dois principais accionistas: a Martifer dos irmãos Carlos e Jorge Martins (55%) e a HSF (45%), sociedade detida em parte pelo fundador e presidente da Martifer Solar, Henrique Rodrigues (na foto).
A compra da Martifer Solar poderá ficar fechada no terceiro trimestre deste ano, estando o negócio dependente da venda dos activos norte-americanos.
“Esta operação é uma grande oportunidade para acelerar a energia solar, para expandir a nossa presença em novos mercados e para alargar o nosso conhecimento no fornecimento de serviços para terceiros”, disse em comunicado o presidente executivo da Voltalia, Sébastien Clerc.
A Voltalia é produtora de electricidade renovável, mas também constrói e opera centrais eólicas, solares, hídricas e de biomassa. Conta actualmente com 376 megawatts (MW) de capacidade instalada em França, Brasil, Grécia, Marrocos e Guiana Francesa.
Deste negócio pode nascer um grupo que opera mais de 1 gigawatts de energia. A Martifer Solar já implementou 757 MW de capacidade em 20 países e além de contruir as centrais, a companhia também gere estes projectos para os seus clientes, sendo actualmente responsável por gerir 585 MW.
Ambas as empresas constroem centrais solares, mas ao contrário da Martifer Solar, a Voltalia detém diversas centrais, estando também presente no negócio de produção de electricidade. A mais valia da Martifer Solar para a Voltalia é a sua experiência na gestão de centrais para terceiros.
“A equipa da Martifer Solar e eu estamos desejosos para nos juntarmos à Voltalia. Em dez anos transformámos a Martifer Solar num actor global da indústria solar. Vamos continuar a fomentar este espírito empresarial que temos em comum com a Voltalia”, disse em comunicado o director executivo da companhia portuguesa, Henrique Rodrigues.
A Martifer Solar fechou 2015 com um prejuízo de 2,2 milhões de euros, tendo gerado receitas de 142 milhões e lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de 3,6 milhões.
A Martifer Solar registava no final de 2015 uma dívida líquida de 49 milhões de euros, menos nove milhões face a 2014. A maioria dos proveitos operacionais da empresa têm origem na Jordânia (53%), onde desenvolveu quatro centrais solares com um total de 57 MW. Segue-se o Reino Unido (19%), Portugal (9%), Itália (8%), vários países da União Europeia (6%) e América Latina (5%).
Ainda recentemente, a Martifer Solar integrou uma missão empresarial a Marrocos, com vista a estudar oportunidades na energia solar no país magrebino.
As acções da Martifer avançam 12,23% para 0,211 euros.
Fonte: Negócios