O investimento será apoiado por fundos comunitários do Portugal 2020 e será canalizado para os domínios da Inovação (50 milhões de euros), internacionalização (70 milhões de euros) e qualificação (36 milhões de euros).

A indústria portuguesa de calçado propõe-se investir cerca de 160 milhões de euros até 2020 e pretende obter “o reconhecimento público formal” como um ‘cluster’, anunciou hoje a associação sectorial.

Segundo a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), o investimento será apoiado por fundos comunitários do Portugal 2020 e será canalizado para os domínios da Inovação (50 milhões de euros), internacionalização (70 milhões de euros) e qualificação (36 milhões de euros).

Para a próxima década a associação assume como objectivo fazer do sector “a referência internacional da indústria de calçado pela sofisticação e pela criatividade, reforçando as exportações portuguesas alicerçadas numa base produtiva nacional sustentável e altamente competitiva, fundada no conhecimento e na inovação”.

Segundo salientou o director-geral da APICCAPS à margem da maior feira de calçado do mundo, que decorre entre hoje e sexta-feira em Milão, Itália, os projectos de investimento de 160 milhões de euros foram pela primeira vez formalmente apresentados pelo sector enquanto ‘Cluster’ do Calçado e da Moda, muito embora a associação tenha desde sempre vindo a desenvolver uma estratégia agregadora de todos os intervenientes da fileira, numa lógica de ´cluster’.

“Houve recentemente um processo de reconhecimento dos ‘clusters’ em Portugal e a APICCAPS apresentou-se como um, que agora prevê um investimento de cerca de 160 milhões de euros em várias áreas como a internacionalização, a inovação e a qualificação. Não é coisa pouca, é ambicioso, mas a ambição do sector tem concretizado algumas metas importantes de afirmação no mundo, como é o caso do segundo preço médio [mais alto do mundo por par] e uma presença nos mercados cada vez mais forte”, afirmou Manuel Carlos.

Numa altura em que já exporta mais de 95% da sua produção para cerca de 152 países dos cinco continentes, o sector português do calçado propõe-se, com os projectos a candidatar aos apoios comunitários do Portugal 2020, investir mais de 70 milhões de euros no reforço do processo de internacionalização.

Paralelamente, a indústria portuguesa aposta em “reforçar o seu estatuto de mais moderna do mundo”, prevendo aplicar 50 milhões de euros no desenvolvimento de novas soluções técnicas, tecnológicas e novos materiais.

Assumindo a qualificação como “uma das grandes premissas estratégicas para o sector e as empresas”, a indústria nacional do calçado quer ainda “rejuvenescer-se”, investindo cerca de 36 milhões de euros na “atracção de jovens” e na “formação para a gestão de topo”, assim como na introdução do ‘design’ “como factor diferenciador” e no empreendedorismo e reconversão de jovens.

Portugal volta a levar este ano a Milão uma comitiva recorde de 93 empresas à feira de calçado Micam, destacando-se como a segunda maior delegação estrangeira presente no certame.

Apoiada pelo Programa Compete 2020, no âmbito da estratégia promocional definida pela APICCAPS e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a delegação portuguesa na Micam recebeu hoje a visita do ministro português da Economia, António Pires de Lima.

Fonte: Económico

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