Os receios dos investidores reflectem-se igualmente na negociação da bolsa de Atenas, que perde mais de 5%, com alguns dos principais bancos do país a registarem desvalorizações superiores a 10%.

Os juros da dívida da Grécia estão a disparar esta segunda-feira, 15 de Junho, depois de as negociações entre Atenas e os credores internacionais terem falhado novamente neste fim-de-semana, aumentando os receios de um ‘default’ grego.

A ‘yield’ associada à dívida a dois anos sobe 277,2 pontos base para 28,805%, enquanto no prazo a quatro anos, o agravamento é de 106,7 pontos para 18,835%. Já os juros associados às obrigações a dez anos escalam 54,1 pontos base para 12,296%.

Embora seja mais acentuada na Grécia, a subida dos juros estende-se à generalidade dos países europeus e, em especial, às chamadas economias periféricas. Em Portugal, por exemplo, a ‘yield’ das obrigações a dez anos sobe 11,5 pontos base para 3,152%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, o aumento é de 7,1 pontos base para 2,320%.

A bolsa de Atenas também está a reflectir o pessimismo dos investidores esta segunda-feira, negociando em forte queda pela segunda sessão consecutiva. O principal índice grego desliza 5,24% depois de ter encerrado a última sessão (sexta-feira) com uma desvalorização de 6,52%.

A banca é, mais uma vez, um dos sectores que mais pressiona. O índice que reúne os principais bancos do país, o FTSE/Athex Bank Index, afunda 10,54%. O Piraeus Bank recua 15,57%, o National Bank of Greece cai 11,71%, o Eurobank Ergasias 10,69%, e o Alpha Bank 6,94%.

Após um fim-de-semana de negociações, Atenas e os credores internacionais não conseguiram chegar a acordo, separados por diferenças “significativas”. Ou dois mil milhões de euros anuais, entre 0,5% e 1% do PIB, quantificou a Comissão Europeia.

“Apesar de terem sido alcançados alguns progressos, as negociações não foram bem sucedidas já que continuam a existir diferenças significativas entre o que foi proposto pelo governo grego e o que foi exigido pelos credores internacionais”, revelou um porta-voz da Comissão Europeia este domingo após as negociações terem sido dadas como terminadas pelo próprio presidente da comissão, Jean-Claude Juncker. 

O primeiro-ministro grego acusa as instituições europeias de falta de “realismo” e diz que o seu Governo vai esperar “pacientemente” que essa postura se altere. 

“Só se podem encontrar motivos políticos na insistência dos credores em novos cortes nas pensões depois de cinco anos de saques, sob o memorando”, afirmou Alexis Tsipras, em entrevista ao jornal Efimerida Ton Syntakton, citada pela Bloomberg. “Vamos esperar pacientemente que as instituições ganhem realismo. Não temos o direito de enterrar a democracia europeia no lugar onde ela nasceu”.

Fonte: Negócios

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