Decisão surge depois da companhia ter anunciado que estava a negociar com um grupo ad hoc um plano de reestruturação de dívida.

A Oi vai avançar com um pedido de recuperação judicial, comunicou a operadora brasileira ao mercado. O pedido, a dar entrada na Justiça com “caráter de urgência”, foi decidido pela operadora, onde a Pharol tem 27,5%, após reunião do conselho de administração da companhia que desde a semana passada tem Marco Schroeder como CEO.

Decisão surge depois de na passada sexta-feira a Oi ter anunciado que estava a negociar com um grupo ad hoc um plano de reestruturação de dívida, depois de uma contraproposta de um grupo de credores, representados pela Moelis & Company, ter caído por terra. Para aprovar o plano de reestruturação da Oi, os credores pretendiam ficar com 95% do capital da Oi, ficando os restantes acionistas com os restantes 5%. Ou seja, com a sua posição substancialmente diluída.

O pedido de proteção de credores surge a poucas semanas da Oi ter de pagar 300 milhões de um total de 400 milhões da emissão subscrita em 2012 por 20 mil pequenos investidores nacionais. A Oi debate-se com uma dívida total de 16,9 mil milhões de euros.

“As empresas Oi vinham empreendendo esforços e estudos, em conjunto com seus assessores financeiros e legais, para otimizar sua liquidez e perfil de endividamento. A companhia, em conjunto com seus assessores legais e financeiros, também conduzia negociações com seus credores financeiros e com a Moelis & Company, na qualidade de assessor financeiro de um grupo de titulares de bonds (obrigações), com vistas a uma reestruturação consensual de dívidas das empresas Oi com o objetivo de fortalecer a sua estrutura de capital”, lembra a Oi no comunicado emitido esta segunda-feira.

Mas a opção agora é outra. “Considerando os desafios decorrentes da situação económico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas Oi representadas por iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas Oi, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada, neste momento”.

E a Oi explica o que pretende com esta decisão de pedir à justiça proteção dos credores. A operadora brasileira quer “preservar a continuidade da oferta de serviços de qualidade a seus clientes, dentro das regras e compromissos assumidos com a Anatel; preservar o valor das empresas Oi; manter a continuidade de seu negócio e sua função social, de forma a proteger de forma organizada os interesses das empresas Oi e de suas subsidiárias, de seus clientes, de seus acionistas e demais stakeholders, e proteger o caixa das empresas Oi.”

“O pedido de recuperação foi ajuizado em razão dos obstáculos enfrentados pela administração da companhia para encontrar uma alternativa viável junto aos seus credores, de modo a garantir os objetivos definidos pela Oi. ”

“O total dos créditos com pessoas não controladas pela Oi listados nos documentos protocolados com o pedido de recuperação judicial soma, nesta data, aproximadamente 65,4 mil milhões de reais”, informa a Oi. Ou seja, 16,9 mil milhões de euros.

“A administração das empresas Oi pretende tomar as providências e adotar os atos necessários à efetivação do pedido de recuperação, em todas as jurisdições nas quais tais medidas sejam necessárias”, conclui a Oi.

A decisão de pedir a proteção da justiça aos credores surge a poucas semanas de vencer o primeiro compromisso dos 2,6 mil milhões de euros tem previstos para este ano. A 22 de julho a Oi terá de pagar cerca de 300 milhões de euros da emissão de 400 milhões feita em 2012 pela PT Finance, ainda a PT era liderada por Zeinal Bava, junto do retalho. Cerca de 100 milhões já tinham sido reembolsados aos pequenos investidores aquando do processo de fusão entre a PT e a Oi.

Fonte: Dinheiro Vivo

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