A descida das taxas de juro continuou a provocar menos-valias potenciais nos instrumentos de cobertura de risco no primeiro trimestre do ano.
Nos primeiros três meses do ano, o valor de mercado negativo dos instrumentos de gestão do risco financeira (IGRF) das empresas públicas aumentou em 138,4 milhões de euros, segundo dados da Direcção Geral do Tesouro e Finanças.
Este agravamento aumentou as menos-valias potenciais dos 37 contratos de ‘swap” de nove empresas públicas para 636,5 milhões de euros. Os valores excluem os dados de nove contratos feitos com o Santander Totta, cuja validade será decidida por um tribunal inglês por iniciativa do banco.
“No primeiro trimestre do ano, o valor de mercado dos IGRF em análise registou uma variação total negativa de 138,4 milhões de euros face ao trimestre anterior (diferença ajustada pelos recebimentos líquidos de pagamentos de cupões ao longo do trimestre)”, refere o relatório da DGTF.
Esta entidade explica que a “variação é justificada pela descida continuada das taxas swap do euro, principalmente depois do anúncio do programa de quantitative easing pelo Banco Central Europeu, em Janeiro”.
Os contratos de derivados que mais contribuíram para a variação negativa dos ‘swaps’ das empresas públicas foram um da Metropolitano de Lisboa (-108 milhões de euros) e um outro contratado pela Parpública, que teve um agravamento de 37 milhões de euros do valor de mercado.
A Parpública e a Metro de Lisboa são mesmo as entidades que têm um maior valor de mercado negativo com os ‘swaps’ no universo das empresas públicas, com perdas potenciais de 267,2 milhões de euros 238,8 milhões, respectivamente.
Estes valores ocorrem depois de em 2012, o Estado ter iniciado um processo de reestruturação e simplificação das carteiras de ‘swap’ das empresas públicas, tendo chegado a acordo para cancelar antecipadamente cerca de 60 destes instrumentos em 2013.
Fonte: Económico