Kosmos Energy já é o segundo maior accionista nas concessões de Peniche, a cargo da Repsol.

O negócio da exploração e produção de petróleo em Portugal tem novos actores. Além da norte-americana Kosmos Energy, que adquiriu recentemente cerca de metade da participação da Repsol – ficando com 31% do capital nos quatro blocos localizados ao largo de Peniche, tornando-se o seu segundo maior accionista -, há mais três empresas em fase de negociação directa com o Governo, visando novas áreas.

É o caso da Australis Oils & Gas que mostrou interesse em três áreas de concessão na bacia lusitânica (Pombal, Batalha e Cadaval). O processo aguarda decisão do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.
Já em terra, no Algarve, o Executivo está a negociar com a Portfuel – Petróleos e Gás de Portugal duas áreas de concessão, na zona de Alzejur e Tavira. Até ao final da edição não foi possível, no entanto, apurar a composição da sua estrutura accionista.

Esta empresa mostrou ainda interesse em cinco áreas de concessão, em terra, na bacia Lusitânica e na região do Alentejo, para as quais aguarda decisão ministerial.
A Sul, mas na costa marítima algarvia, para lá das quatro concessões já atribuídas ao consórcio Repsol/Partex, há um pedido de licença de avaliação prévia em nome da Panoceanic Energy. Uma sociedade com registo no Reino Unido.
Este projecto encontra-se, no entanto, na fase mais embrionária da prospecção de petróleo, a qual dura, no máximo, seis meses e resume-se essencialmente à consulta de dados.

Deste leque de candidatos, segundo o Diário Económico apurou, a Kosmos Energy é a que tem maior músculo financeiro, um factor relevante num sector onde o risco de investimento, sobretudo em países como Portugal, é elevado. Cotada na bolsa de Nova Iorque, esta companhia, sem ligação às grandes multinacionais, aposta apenas em activos situados nas águas profundas da costa atlântica, nas chamadas zonas de fronteira e emergentes. Isto é, sem histórico de produção, mas com elevado potencial. A Kosmos Energy tem activos que vão da Mauritânia, a Marrocos e ao Senegal, passando pelo Sahara Ocidental. No Gana, a Kosmos Energy já se encontra em fase de produção.

Com um histórico de passagem de vários operadores pelo território nacional, o Governo prepara-se para alterar as regras de atribuição de concessões marítimas, sempre que houver interessados na prospecção em novas áreas.
O objectivo é lançar concursos internacionais, em detrimento das negociações directas. Um modelo que o Estado usou, até 2002, quando colocou no mercado a concessão para exploração de petróleo e gás natural na costa do Algarve.
Do processo só resultou, porém, um candidato, a Repsol e os alemães da RWE, tendo a adjudicação sido travada até 2011.

Fonte: Económico

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