A Google agora é da Alphabet e Sundar Pichai passou de responsável de produto a CEO da empresa. O indiano de 43 anos entrou na Google em 2004 e já era considerado o rosto da empresa fundada por Larry Page e Sergey Brin.
Sundar Pichai (na foto) tem 43 anos, nasceu em Tamil Nadu, na Índia, e agora é CEO do Google. Antes de rumar aos Estados Unidos, em 1993, formou-se em engenharia metalúrgica. Depois passou por Stanford e pela Universidade da Pensilvânia, e desde que entrou no Google a sua ascensão foi “meteórica”, escreve esta terça-feira, 11 de Agosto, a CNN.
Na nova estrutura da Google anunciada esta segunda-feira, 10 de Agosto, Sundar Pichai foi promovido, tornando-se o terceiro CEO da empresa, responsável pelo motor que gera o grosso dos 60 mil milhões de receitas anuais do grupo.
Esta segunda-feira o Google anunciou a criação da Alphabet, empresa que irá deter a Google a 100% e que vai substituir a cotada em bolsa. A ideia é que esta nova empresa agregue todas as unidades do grupo, permitindo porém separar as actividades directamente relacionadas com a internet e as restantes áreas de negócio, como a Life Sciences (que trabalha nas lentes de contacto de uso diário que medem a glucose do utilizador), a Calico (focada na longevidade) ou o Google X (a unidade de inovação).
Nesta nova organização, Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google, ficarão na liderança da Alphabet – o primeiro como CEO e o segundo como presidente -, e Sundar Pichai será promovido a CEO da Google.
“A nova estrutura vai permitir-nos focar nas oportunidades extraordinárias que temos dentro da Google”, pode ler-se no comunicado da empresa, que acrescenta que Sundar Pichai é uma “parte essencial” desta reestruturação.
Pichai entrou na empresa em 2004 e tinha a responsabilidade de criar a barra de ferramentas do Google. Esta permitia a utilizadores do Internet Explorer e do Firefox usar o Google como o seu motor de busca por defeito. Depois, ficou responsável pelo Chrome, o motor de busca da marca. Apesar do descrédito inicial, o facto é que este ‘browser’ se tornou um dos mais usados em todo o mundo, escreve a CNN.
Em 2014, Pichai tornou-se responsável de produto da empresa. Sob a sua alçada ficaram por exemplo, o Google+, o Google Wallet e o Android Pay.
“Ele evoluiu muito desde Outubro do ano passado, quando assumiu a responsabilidade sobre as áreas de produto e engenharia do nosso negócio de internet”, diz Larry Page em comunicado, acrescentando que tanto ele quanto Sergey Brin estão “super excitados” quanto ao progresso de Sundar Pichai.
De referir que Pichai se foi tornando também o rosto da empresa, estando a seu cargo a responsabilidade de comunicar ao mundo as novidades do Google na conferência de programadores.
“É claro para nós
Larry Page acrescentou que tem passado “bastante tempo” com o novo CEO para o ajudar em tudo o que é necessário e garantiu que isso continuará a acontecer apesar de, com a reestruturação, assumir a liderança da recém-criada Alphabet.
O co-fundador da Google não deixou também de salientar quais são as suas expectativas sobre a gestão de Sundar Pichai: “Sei que Sundar vai permanecer focado na inovação, continuando a distender fronteiras. Sei que ele se preocupa profundamente que continuemos a fazer progressos na nossa missão fundamental de organizar a informação mundial”, concluiu.
Calado e geralmente calmo, Pichai é admirado na empresa pelas suas competências na área de engenharia e também pela sua personalidade, escreve a CNN. A NBC refere-se a ele como genuinamente carinhoso, empático e perspicaz. Já a Reuters diz que é uma pessoa discreta e diplomática.
“É uma pessoa muito muito opinativa, que tem pontos de vista claros sobre a direcção dos produtos e iniciativas, mas é muito bom a deixar que opinião dos outros seja ouvida antes de dar a sua”, disse à agência Keval Desai, analista e ex-colega de Sundar Pichai.
Tony Zingale, chairman executivo da Jive Software, acrescenta que é uma pessoa “incrivelmente perspicaz e directa”.
Colin Gillis, analista da BGC Partners, em Nova Iorque, disse ao The Guardian que a promoção de Pichai foi uma decisão inteligente, uma vez que a luta por talento nesta área é muito intensa, especialmente numa altura em que o Twitter e outras tecnológicas procuram novos líderes.
Fonte: Negócios