Yanis Varoufakis, ministro grego das Finanças, apresentou a sua demissão. Num testemunho no seu blog, Varoufakis explica a sua saída pelo facto de membros do Eurogrupo preferirem a sua “ausência” dos encontros. “Uma ideia que o primeiro-ministro considera potencialmente útil para chegar a um acordo”, escreve.

Yanis Varoufakis, ministro grego das Finanças, apresentou a sua demissão. Num texto publicado no seu blog, Varoufakis diz que “logo após o anúncio dos resultados do referendo, fiquei ciente de uma certa preferência de alguns participantes do Eurogrupo e de variados ‘parceiros’ pela minha…’ausência’ nestes encontros”. “Uma ideia que o primeiro-ministro considera potencialmente útil para chegar a um acordo. Por esta razão deixo hoje o Ministério das Finanças”, acrescentou.
Varoufakis prossegue dizendo que considera ser seu dever “ajudar Alexis Tsipras a explorar, como achar adequado, o capital que a população grega deu através do referendo de ontem”. “Nós da esquerda sabemos como actuar colectivamente sem cuidados pelos privilégios dos gabinetes. Vou apoiar totalmente o primeiro-ministro Alexis Tsipras, o novo ministro das Finanças e o nosso Governo”, escreveu ainda.

No início do seu texto, Varoufakis sublinha que o referendo realizado este domingo, 5 de Julho, e que deu a vitória ao “não” às propostas dos credores internacionais, “vai ficar na história como um momento único quando uma pequena nação europeia se levantou contra a servidão da dívida”. O até agora ministro das Finanças de Alexis Tsipras defende ainda que “o grande capital dado ao nosso Governo” seja “investido imediatamente num ‘sim’ a uma resolução apropriada – num acordo que envolva uma restruturação da dívida, menos austeridade e redistribuição a favor dos que mais precisam e reformas reais”. Varoufakis termina o texto dizendo que “o esforço sobre-humano para honrar a corajosa população grega, e o famoso OXI 

[não] que foi concedido aos democratas de todo o mundo, está apenas a começar”.

Na semana passada, Varoufakis tinha admitido a possibilidade de demitir-se caso o “sim” vencesse o referendo, o que não se verificou. No passado dia 2 de Julho, o então ministro das Finanças da Grécia dizia que não tinha “direito moral” para assinar um acordo com os credores que não incluísse uma reestruturação da dívida. Por isso, se o sim vencesse, Varoufakis já não seria ministro das Finanças esta segunda-feira. “Pessoalmente não vou assinar um novo acordo que não aprende com os erros do passado e que não aborda questões vitais como a sustentabilidade da dívida”, assegurava o governante. “Preferia arrancar um braço do que assinar um acordo que não inclua reestruturação de dívida”.

Ontem, e numa altura em que a vitória do “não” era quase certaVaroufakis defendeu que “este ‘não’ é uma vitória da Europa” e garantiu que “amanhã a Grécia começará a curar as suas feridas”. Varoufakis aponta o dedo aos líderes europeus ao dizer que “este não ignora o medo que os europeus instalaram”.

Fonte: Negócios

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