Passados cinco anos da recusa, a instituição liderada por Christine Lagarde abriu agora as portas à moeda chinesa para o Olimpo do mercado cambial. O yuan passa a fazer parte do cabaz do FMI e, assim, a determinar inúmeras transacções em todo o mundo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) decidiu esta segunda-feira, 30 de Novembro, incluir o yuan no seu cabaz de moedas, conhecido como Direito de Saque Especial (SDR, na sigla anglo-saxónica). A decisão anunciada por Christine Lagarde representa uma grande vitória moral para o Governo chinês, que há muito procurava alcançar este estatuto para a sua moeda.
É que o yuan passa agora a ser uma das moedas mundiais de reserva, fazendo companhia ao euro, libra, dólar e iene. Estas são as referências para todas as transacções realizadas pelo FMI e por outras instituições internacionais, o que confere um estatuto de relevo nas transacções financeiras.
A revisão ao cabaz de SDR acontece de cinco em cinco anos, sendo que em 2010 a instituição liderada por Christine Lagarde recusou a inclusão do yuan. Agora, o FMI considerou que estavam cumpridos os critérios de exportação da moeda e de livre circulação.
Neste novo cabaz de moedas, o yuan terá um peso de 10,92%, ultrapassando a posição da libra (8,09%) e do iene (8,33%). A moeda com maior peso continua a ser o dólar (41,73%), logo seguida pelo euro com 30,93%. Numa conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, Christine Lagarde recusou fazer quaisquer comentários quanto ao relevo do yuan no cabaz.
Ao mesmo tempo, a presidente do FMI fez questão de salientar que a China realizou “uma enorme quatidade de trabalho” para merecer esta distinção, realçando que o novo cabaz de moedas reflecte melhor a economia global como um todo. Ainda assim, assegurou, o FMI continuará a avaliar a evolução das cinco moedas, no que toca ao cumprimento dos critérios.
Fonte: Negócios