Mais de 9.600 cheques angolanos foram devolvidos por falta de provisão em bancos em Angola, entre janeiro e outubro de 2015, segundo dados do BNA.
Mais de 9.600 cheques angolanos foram devolvidos por falta de provisão em bancos do país, entre janeiro e outubro de 2015, segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA) a que a Lusa teve hoje acesso.
Além deste volume de cheques com falta de cobertura (9.603), que compara com os 7.664 em todo o ano de 2014, os montantes totais envolvidos também subiram, passando em 2015, até outubro, para 18.012 milhões de kwanzas (103 milhões de euros).
Em todo o ano de 2014 esse montante foi de 17.584, com um total de 7.664 cheques sem provisão que chegaram aos bancos, segundo dados do BNA.
Em 2011, os mesmos registos apontavam para 5.767 cheques sem provisão, que representaram 28.212 milhões de kwanzas (161,3 milhões de euros, à taxa de câmbio oficial).
Entre vários motivos, foram devolvidos em Angola, entre janeiro e outubro de 2015, um total de 18.173 cheques de bancos nacionais.
Angola vive uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da forte quebra da cotação internacional do barril de crude, que motivou uma descida para menos de metade nas receitas fiscais com a exportação de petróleo em 2015, e por consequência na entrada de divisas no país, condicionando toda a atividade económica.
Os lucros da banca angolana caíram para metade em 2014, influenciados pela situação no ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA), segundo a análise que a consultora Deloitte apresentou a 22 de setembro último, em Luanda.
Angola contava em 2014 com 23 bancos e o resultado líquido do setor caiu para 45,4 mil milhões de kwanzas (260 milhões de euros), comparando com o ano anterior, devido ao “caso BESA”, que foi transformação em Banco Económico, após intervenção do BNA.
“Não considerado esse efeito [ex-BESA], os resultados líquidos do setor teriam registado um crescimento de 12%”, conclui a 10.ª edição do estudo “Banca em Análise”.
Além das instituições já em funcionamento, perspetiva-se a abertura de mais seis bancos em Angola.
Fonte: Dinheiro Vivo