Sector emprega cerca de 26 mil pessoas e exporta 80% da produção nacional.

O sector da construção metálica em Portugal já garante mais de 26 mil postos de trabalho directos e valeu um volume de negócios superior a 3.500 milhões de euros em 2014, o último ano de que há registos oficiais, segundo apurou o Económico.

A evolução tecnológica da indústria do aço nos últimos anos, o facto dos metais serem 100% recicláveis, aliado à questão de o aço resolver os problemas da construção tradicional, no que respeita à durabilidade, sustentabilidade e capacidade de ser exportada, conferem à construção metálica uma importância que deve ser considerada pela indústria. Este sector industrial exporta 80% da produção nacional.

A construção metálica está a ter uma procura crescente, em Portugal e nos mercados externos, uma vez que os especialistas do sector consideram que é a opção mais adequada para a reabilitação, praticamente a única área em que se vê hipótese de crescimento no sector da construção a nível nacional, segundo refere a CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, em comunicado.

A CMM vai organizar amanhã uma conferência, no âmbito da marca comum ‘Portugal Steel’, na Faculdade de Arquitectura do Porto, em que se pretende debater as potencialidades da construção metálica para a arquitectura moderna ou as visões possíveis sobre as cidades do futuro. Este evento contará com a presença do arquitecto Manuel Aires Mateus.

Para o professor Luís Simões da Silva, presidente da CMM, “só vamos conseguir ter projectos urbanos integrados sustentáveis se a construção passar a incorporar mais construção metálica nos seus projectos, uma vez que este tipo de construção apresenta um vasto número de vantagens, quer em termos económicos quer em termos ambientais, quando comparada com a construção tradicional”.

“Ao juntarmos sustentabilidade, impactos sócio-ambientais e a pegada ecológica com a arquitectura e a construção, percebemos que é obrigatório repensar os projectos e a forma como as cidades devem passar a ser construídas”, defende Luís Simões da Silva.

Segundo o presidente da CMM, “o objectivo da conferência é alertar os arquitectos para a importância da construção metálica e da liberdade criativa que esta lhes pode conferir e o sector da construção para a necessidade de se adaptar às novas tendências”.

“Há países europeus, como é o caso de França, nos quais a arquitectura incorpora cada vez mais revestimentos e elementos decorativos em metal. E, embora se trate de um mercado muito exigente, as empresas portuguesas têm estado à altura das maiores inovações a nível mundial», reforça Luís Simões da Silva.

As cidades do futuro, que se prevêem mais verdes, com mais construção sustentável, eficientes em termos energéticos e com edifícios ecológicos, terão de estar preparadas para o aumento da população urbana, que se prevê que até 2050 aumente 70%.

No entanto, as cidades do futuro vão exigir soluções inteligentes e integradas onde a redução do desperdício serão as palavras de ordem.

De acordo com a CMM, a construção do futuro vai exigir menos ruído, mais rapidez, menos impacto ambiental, menos poeiras e detritos. E o aço responde a essas necessidades, garantem. A CMM advoga que nos projectos urbanos integrados “tem de ser contemplada a reabilitação urbana, ou seja, recuperar e reutilizar recursos e equipamentos já construídos”.

“Sabemos hoje que um terço dos edifícios portugueses está degradado e precisa de intervenção. Só a capital tem mais de cinco mil edifícios devolutos. A construção metálica, adapta-se facilmente às exigências das zonas urbanas com acessos e espaços reduzidos, uma vez que é estruturalmente mais leve, permite uma maior flexibilidade e um menor prazo de execução”, assegura a CMM.

Fonte: Económico

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