A economia portuguesa voltou a crescer apenas 0,2% no segundo trimestre face ao primeiro trimestre, o mesmo ritmo dos últimos dois trimestres, em termos homólogos, a economia está a crescer 0,8%.
A economia portuguesa cresceu 0,2% no segundo trimestre do ano, face aos primeiros três meses do ano, o mesmo ritmo dos últimos dois trimestres, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística. Em termos homólogos, a economia cresceu apenas 0,8%, o ritmo mais baixo desde o final de 2014.
Há um ano que a economia não cresce mais que isto; 0,2%. As taxas de crescimento em cadeia (variação face ao trimestre anterior) nunca foram muito altas desde que a economia voltou a crescer após os anos de recessão durante o programa de resgate da troika, crescendo um máximo de 0,5%.
Segundo o INE, este desempenho deve-se a um crescimento menos positivo da procura interna e a uma redução mais expressiva do investimento, um elemento critico para as contas do Governo, segundo as palavras do próprio ministro das Finanças, numa altura em que a previsão de crescimento do Governo ainda não foi revista dos 1,8% inscritos no Orçamento e no Programa de Estabilidade.
O INE explica que, no que diz respeito à variação homóloga do PIB, o contributo da procura interna para o crescimento do PIB “diminui significativamente”. A boa notícia surgiu de onde menos se esperava, a procura externa líquida. A desaceleração acentuada no ritmo de crescimento das importações em comparação com a das exportações de bens e serviços permitiu à procura externa líquida dar um contributo positivo para o crescimento do PIB.
Aquém das expetativas?
Há muito que as previsões para a economia portuguesa esta ano são objeto de discussão acesa entre a esquerda e a direita. CDS-PP e PSD têm, citando as previsões de organizações internacionais para a economia portuguesa, defendido que as previsões são demasiado otimistas e que o crescimento ficará aquém dos 1,8% do PIB previstos pelo Governo.
Por sua vez, o Governo, depois de alguma resistência inicial, já admitiu publicamente, pela mão de Mário Centeno, que as previsões poderão ser revistas em baixa até ao final do ano.
Ainda assim, a expetativa dos economistas era que a economia tivesse crescido o dobro no segundo trimestre do que se veio a verificar. Segundo um grupo de economistas contactado pela Agência Lusa, a expetativa era que a economia crescesse 0,4% no segundo trimestre, face aos primeiros três meses do ano, mais 1% face ao mesmo trimestre de 2015.
Alemanha cresce mais, Itália desaponta
No resto da Europa há mais países que deram a conhecer a evolução das suas economias esta manhã. Na Alemanha, boas notícias: a economia cresceu 0,4%, acima das expetativas, segundo o Wall Street Journal, cujo grupo de economistas contactado espera um crescimento de apenas 0,2%.
Em Itália, as notícias são menos positivas. A economia estagnou no segundo trimestre, quando a expetativa era que crescesse pelo menos 0,2%. No primeiro trimestre, a economia italiana tinha crescido 0,3%.
A economia holandesa cresceu 0,6% no segundo trimestre, 2,3% face ao mesmo trimestre do ano passado, segundo o Instituto de Estatística holandês, CBS, que também divulgou dados esta sexta-feira.
Já a segunda maior economia do euro, a França, é habitualmente a primeira a divulgar números, estagnou no segundo trimestre, tal como a Itália. Os números foram divulgados no final do mês passado.
Espanha, que também divulgou os seus dados a 29 de julho, continua a mostrar um crescimento mais robusto: 0,7% no segundo trimestre, uma ligeira queda no ritmo de crescimento do primeiro trimestre, que foi 0,8%.
Fonte: Observador
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