Com os aumentos de produção e novos investimentos dos clientes, o trabalho temporário tem revertido a contracção negativa dos últimos anos.
Depois de dois anos de crise, a Randstad, o maior ‘player’ de recursos humanos em Portugal, é uma das empresas do sector do trabalho temporário a confirmar que a crise faz parte do passado. A multinacional holandesa é, assim, uma das empresas a contribuir para que a facturação do sector tenha atingido no ano passado os 910 milhões de euros, com um crescimento de 4,5%, calcula a Informa D&B.
“Em 2014 já sentimos esses sinais positivos, muito embora ainda tímidos, mas reais. As empresas para arriscarem investir após uma crise fazem-no com recurso a um modelo de contratação flexível que permitirá responder a novas encomendas ou ao desenvolvimento de novos projectos”, refere Luís Gonzaga Ribeiro, director-comercial da Randstad.
Também César Santos, director-geral do grupo Talenter, partilha da mesma opinião. “A crise económica começou por afectar o trabalho temporário, pois é neste tipo de contratos que se começa a cortar e sentimos esse efeito, principalmente, em 2012. Em 2014, já começamos a sentir o início da recuperação”.
Randstad, Kelly Services, Manpower, Tempo Team e Adecco, as maiores empresas em Portugal, reúnem uma quota de mercado conjunta de 39%.
O estudo da Informa D&B, que aponta para a existência de 65.811 postos de trabalho no sector, mostra que os exercícios anteriores foram marcados pela forte crise económica, com a facturação gerada pelo sector a registar contracções de 15%, em 2012, e de 2%, em 2013.
Por norma, o trabalho temporário tem um comportamento antecipador do clima económico, na medida em que antes de uma crise financeira ser oficialmente assumida sente-se uma retracção na contratação temporária. Isto porque, a actividade do trabalho temporário está ligada a aumentos de produção ou a investimentos em novas áreas. No sentido inverso, as empresas de trabalho temporário conseguem antecipar o crescimento económico, com o aumento da procura para justificar investimentos e aumentos de produção.
Para o biénio de 2015-2016, as previsões do estudo apontam para uma prolongação da tendência de crescimento da facturação sectorial, esperando-se em 2015 um aumento das receitas de perto de 7%.
Fonte: Económico