O número de insolvências voltou a aumentar nos primeiros nove meses deste ano. Ainda assim, o nascimento de novas empresas mantém um ritmo muito mais acelerado: por cada insolvência, nasceram cinco empresas.

Entre janeiro e setembro, mostram os dados da consultora Ignios, foram registadas 5529 insolvências de empresas em Portugal, o que significa que, em média, 614 empresas foram declaradas insolventes todos os meses. O número continua abaixo do pico de 5928 registado no mesmo período de 2013, mas representa um aumento de 11% face ao período homólogo de 2014.

A Ignios salienta, contudo, que esta variação é “artificial”. Isto porque “o resultado do acumulado do ano passado foi fortemente influenciado pelo mês de setembro”, quando foram contabilizadas apenas 157 empresas insolventes contabilizadas”. Esse mês “absorveu o efeito da quebra processual da plataforma do Ministério da Justiça, o Citius”, justifica a consultora, que estima que, sem este efeito, a variação do acumulado de 2015 face ao acumulado de 2014 seria apenas de 0,9%, o que evidencia “uma estabilização”.

No que toca a insolvências, e embora seja “cedo para perceber como se comportará 2015 face a 2014”, este ano mantém-se “em níveis inferiores quer a 2012 quer a 2013”, salienta o CEO da Ignios, António Monteiro.

O volume de insolvências em 2015 tem sido especialmente impulsionado pelo aumento nas declarações finais de insolvência (42% do total), que registaram um crescimento de 29,4% face a 2014. Também as insolvências requeridas pelos credores cresceram 3,8% para 1.678 empresas, enquanto as apresentadas pela própria empresa recuaram (-1,2% para 1.435 empresas).

Em termos geográficos, Porto, Bragança, Castelo Branco e Faro foram os únicos distritos a registar uma diminuição homóloga nas insolvências. Braga, Vila Real, Guarda, Coimbra e Évora registaram mesmo variações homólogas acima dos 20%. Em termos absolutos, os distritos de Lisboa (1.287) e Porto (1.089) continuam a liderar no número de insolvências.

Numa análise setorial, os serviços dependentes da procura interna e de importações continuaram a concentrar a maioria das insolvências, com destaque para o comércio por grosso e a retalho, a construção, os transportes, a restauração e o comércio de veículos.

Criação de empresas sobe 9,8%

Nos primeiros nove meses do ano, foram criadas 29.154, mais 9,8% do que em igual período de 2014. A consultora destaca a dinâmica das empresas de alojamento e de restauração, “influenciadas pelos sucesso das exportações de serviços turísticos”. Mas ainda é o comércio a retalho que lidera nas constituições, com 3.496 novas empresas. Pelo contrário, o comércio por grosso continuou a diminuir, com uma quebra de 2,8%.

Fonte: Dinheiro Vivo

Comentários

comentários