Houve mais embarcações a entrar nos portos nacionais nos primeiros três meses do ano. Também a sua dimensão era maior do que um ano antes. Já o transporte rodoviário de mercadorias continuou a cair.
As mercadorias estão a ser transportadas mais pelas águas portuguesas do que pelas estradas nacionais. Essa é uma das conclusões do relatório sobre a actividade dos transportes do primeiro trimestre de 2015 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas esta terça-feira, 14 de Julho.
“No primeiro trimestre de 2015, o número de embarcações entradas nos portos marítimos nacionais aumentou 3,2% [em relação ao mesmo período de 2014], correspondendo a 3.262 unidades, 92,4% das quais se destinavam ao transporte de mercadorias”, indica o documento. A variação foi positiva em termos homólogos mas também na comparação em cadeia.
Foram movimentadas 9,9% mais mercadorias no primeiro trimestre do ano do que no trimestre homólogo. Mas não foram apenas mais as embarcações a entrar nos portos portugueses e as mercadorias movimentadas. Também a dimensão das estruturas foi maior, com uma dimensão 12% superior à registada um ano antes, ainda que diminuindo face ao último trimestre de 2014.
Segundo o INE, o maior porto português, o de Sines, verificou uma subida de 23% da actividade, acompanhada por ganhos em leixões, o segundo maior. Em Lisboa, a evolução foi negativa nos três meses que marcaram o arranque de 2015.
No transporte aéreo, houve 6,8% mais carga e correio a voar nos primeiros três meses de 2015, com maior força por parte da carga que desembarcou nos aeroportos nacionais do que aquela que embarcou.
Em sentido inverso aos portos, as estradas portugueses viram passar menos mercadorias entre Janeiro e Março deste ano. O transporte rodoviário diminuiu 3,8% em relação ao primeiro trimestre de 2014, uma queda mais intensa, de 6,2%, na comparação com os três meses anteriores. “A componente internacional influenciou negativamente este resultado, absorvendo a ligeira recuperação observada pelo transporte nacional”, justifica o INE.
A tendência de descida não é nova. As taxas de variação homólogas têm sido uma realidade ao longo dos últimos trimestres.
O Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas, apresentado pelo Governo em Junho de 2015 para os próximos seis anos, tem especial enfoque no transporte marítimo-portuário (e ferroviário) e não tanto no rodoviário.
Fonte: Negócios