Cerca de 10% do total de farmácias em Portugal estavam com ações de insolvência e penhora, entre o final de 2012 e o termo do primeiro trimestre de 2013, segundo a Associação Nacional de Farmácias (ANF). Em comunicado, a ANF revela que, a 31 de março, se registavam 279 farmácias “com ações de insolvência e penhora”, provocando, segundo o organismo, “dificuldades de acesso da população portuguesa aos medicamentos”.

A ANF acrescenta que essas condicionantes no acesso da população a medicamentos “aumentaram drasticamente”. Revela a associação que 78 farmácias estão com processos de insolvência, número que corresponde a mais 14 estabelecimentos em relação a dezembro de 2012, traduzindo um aumento de 21,9%.

O número de estabelecimentos com processos de penhora também regista um acréscimo de 14,2%, fixando-se agora em 201 farmácias, quando, em dezembro do ano passado, eram menos 25. Na repartição por distritos, 18,6% da totalidade das farmácias em Faro enfrenta acções de insolvência, 14,4% em Viseu, 14,3% em Santarém, 13,9% em Setúbal, 12,7% em Lisboa, 10,9% em Beja, 10,8% na Madeira e 10,2% na Guarda.

“O número de farmácias penhoradas e suspensas aumenta drasticamente a cada mês que passa, e ainda só vamos em Março. O cenário de 600 farmácias poderem encerrar até ao final do corrente ano parece, à luz destes dados, conservador. O ministro da Saúde continua a não querer ver o problema, permitindo, com a sua atitude, o forte aumento na dificuldade de acesso da população aos medicamentos da população, o que constitui um verdadeiro problema de saúde pública”, refere a ANF.

Por outro lado, a ANF reitera que “o mercado de medicamentos continua também a reduzir, muito mais do que estimado”. “Desde o início do ano que

[a queda do mercado de medicamentos] está a pique. Apenas nos três primeiros meses de 2013 o mercado reduziu-se 11,9% (menos 88,4 milhões de euros) e a despesa do Serviço Nacional de Saúde no ambulatório diminuiu 14,7% (menos 47,0 milhões de euros)”, lê-se no comunicado.

Em dezembro, mais de metade das farmácias estava com o fornecimento de medicamentos suspenso, mês em que estes estabelecimentos registaram a maior quebra nas vendas. Em dezembro de 2012, o número de farmácias com fornecimentos suspensos, em pelo menos um grossista, era de 1600, ou seja, mais de 55% do total das farmácias do país.

Apenas no último trimestre, 313 farmácias viram os seus fornecimentos suspensos, praticamente o mesmo número de todo o ano de 2011.

Fonte: Dinheiro Vivo

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