Este é o valor mais alto dos últimos anos, revela o Guia do Mercado Laboral da Hays.

A percentagem de empresas que admite contratar trabalhadores em 2015 atinge o valor mais alto dos últimos anos: 70%. Mas, por outro lado, há agora uma menor proporção de trabalhadores qualificados a querer mudar de emprego: o valor ainda é expressivo (75%) mas revela-se o mais baixo entre os registos. Os dados constam do Guia do Mercado Laboral da Hays, que reflecte as perspectivas de 3.701 profissionais qualificados e de 705 empregadores em Portugal. A disponibilidade demonstrada para o recrutamento prende-se, sobretudo, com o crescimento da empresa em território nacional (56%) e no estrangeiro (34%). Mas apesar desta vontade, “persiste uma dificuldade crónica em identificar os profissionais” indicados, refere o guia. Já houve empresas a contratar pessoas menos adequadas (46%) ou até a desistir do processo optando por recursos internos (30%). No topo das intenções de recrutamento para 2015 estão comerciais (47%) e engenheiros (27%).

O guia também indica que os trabalhadores estão sobretudo insatisfeitos com as perspectivas de progressão (63%), prémios de desempenho (61%), formação (51%) e pacote salarial (48%). Aliás, em 2014, apenas 28% dos profissionais foram aumentados e 8% beneficiaram de uma promoção; ao invés, 68% mantiveram a sua situação. As perspectivas de progressão surgem, aliás, como principal motivo para uma mudança de emprego (69%), bem como a procura de projectos mais interessantes (68%) e o pacote salarial (60%). Os profissionais qualificados mostram-se, no entanto, satisfeitos com os horários (84%), o ambiente de trabalho (81%) e a estabilidade contratual (77%). A grande maioria dos profissionais no activo indica ainda que está disponível para trabalhar no estrangeiro (79%), o que corresponde à segunda percentagem mais alta “de sempre”, ultrapassada apenas em 2013. Cerca de 10% dos inquiridos já estão hoje no estrangeiro: a maioria trabalhava em Portugal mas preferiu aproveitar a oportunidade fora, “o que parece indicar que as empresas portuguesas não estão, de facto, a conseguir competir com as condições oferecidas noutros países”, diz o documento. Só 25% destas pessoas não quer voltar a trabalhar em Portugal, com os salários a liderar a tabela dos motivos. Entre os profissionais desempregados, o estudo revela que 36% já recusaram uma oferta de emprego, sobretudo devido ao salário oferecido.

 

Fonte: Económico

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