A Zon convocou neste domingo uma assembleia geral extraordinária para votar o projecto de fusão com a Optimus. Detentores de obrigações também são chamados a pronunciar-se.

No próximo dia 7 de Março o projecto de fusão da Zon com a Optimus irá ter um momento decisivo, já que é nesse dia que os accionistas da empresa liderada por Rodrigo Costa se irão pronunciar sobre a proposta elaborada pela Sonaecom (dona da Optimus e do PÚBLICO) e por Isabel dos Santos (dona de 28,8% da Zon).

O projecto de fusão, já aprovado pelos conselhos de administração das duas empresas, pressupõe o controlo da nova entidade através de uma sociedade veículo controlada por Isabel dos Santos e pela Sonaecom, e implica o aumento de capital da Zon para cinco milhões e 151 mil euros.

Para que o negócio seja aprovado será necessário o apoio de dois terços do capital representado na reunião marcada para 7 de Março. Além dos 28,8% detidos por Isabel dos Santos, a Visabeira e Joe Berardo, que detêm 2,15 e 5,63% da Zon, respectivamente, já reagiram positivamente ao negócio, e o BPI (onde Isabel dos Santos detém 19%), dono de 7,55%, também deverá votar favoravelmente. O Grupo Espírito Santo detém, ao todo, 13,7%, com analistas a defenderem que este não deverá rejeitar o negócio.

Os restantes accionistas de referência são Joaquim Oliveira (4,8%), Ongoing (3,29%), Estêvão Neves (dono de 2,94%, e que se tornou recentemente num dos principais accionistas do BCP, banco que detém 3,4% da Sonaecom), BlackRock (2,22%), Norges Bank (2,06%), Zadig Gestion (2,04%) e Grupo SGC (2%). Cerca de 23% do capital está disperso em bolsa por pequenos investidores.

A estrutura de capital da Zon é, aliás, feita de cruzamentos com aquela que é a sua principal concorrente, a PT, e que uma vez consumada a fusão terá de medir de forças com um novo operador mais musculado. A Zon e a empresa liderada por Zeinal Bava partilham actualmente cinco accionistas de referência: Ongoing, BES, Visabeira, Joaquim Oliveira e Norges Bank.

Caso a fusão por incorporação da Optimus seja aprovada na assembleia geral, ficam ainda a faltar dois passos: a análise da Autoridade da Concorrência (que não deverá ser problemática) e a da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Neste caso, o regulador do mercado de capitais, liderado por Carlos Tavares, terá de decidir se aceita a derrogação de OPA (Oferta Pública de Aquisição) sobre o capital que não ficarão a dominar, que irá ser pedida por Isabel dos Santos e pela Sonaecom.

Detentores de obrigações também se pronunciam
Além dos accionistas, a Zon também convocou hoje os detentores de obrigações para uma reunião, a realizar dia 21 de Fevereiro, de modo a pronunciarem-se sobre o negócio com a Optimus. De acordo com o comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais, a convocatória implica os titulares de obrigações da emissão Zon Multimédia 2012/2015.

Esta foi realizada em Junho do ano passado, tendo como alvo investidores de retalho. Inicialmente, estava prevista uma emissão de 100 milhões de euros, mas, face à elevada procura, acabou por elevar o montante de dívida colocada para os 200 milhões de euros (200 mil obrigações com o valor nominal unitário de 1000 euros).

Segundo o comunicado da empresa hoje divulgado, a assembleia irá reunir-se “com qualquer número de obrigacionistas”, sendo a deliberação tomada “por maioria absoluta dos obrigacionistas presentes e representados”. Cada obrigação dá direito a um voto.

Fonte: Público

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