Todas as cadeias de supermercados argentinos – incluindo a francesa Carrefour e a norte-americana Wal Mart – comprometeram-se a congelar os preços até 1 de abril

A Argentina anunciou, esta segunda-feira, a adoção de um novo método de cálculo da inflação e o congelamento dos preços dos produtos nos supermercados por 60 dias, reagindo à censura do FMI às suas estatísticas económicas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou, na sexta-feira, ter emitido uma “declaração de censura” à Argentina por causa da falta de qualidade das estatísticas relativas ao Produto Interno Bruto (PIB) e à inflação, as quais poderão estar a ser manipuladas.

A mudança traduzir-se-á “num novo índice de preços no consumidor em substituição do indicador atual, que supostamente coloca muitos problemas ao FMI”, disse o ministro da Economia, Hernan Lorenzino, em declarações ao canal de televisão C5N, citadas pela agência AFP.

Na sequência disso, a secretária do Comércio veio anunciar que todas as cadeias de supermercados – incluindo a francesa Carrefour e a norte-americana Wal Mart – se comprometeram a congelar os preços de todos os produtos por um período de 60 dias, até 1 de abril.

Novo cálculo da inflação no terceiro trimestre.

Para o efeito, foi firmado um acordo entre o Governo da Presidente Cristina Kirchner e a Associação Supermercados Unidos, que agrupa todas as grandes cadeias estabelecidas no país, numa altura em que os consumidores se queixam da constante subida de preços dos bens de primeira necessidade.

Segundo o ministro da Economia, a Argentina deverá começar a utilizar o novo método de cálculo de inflação no terceiro trimestre deste ano.

O FMI emitiu uma “declaração de censura” pela primeira vez na sua história contra Buenos Aires que, com esta decisão, arrisca perder os direitos de voto no seio da organização internacional e até mesmo a exclusão.

A instituição decidiu, contudo, dar um prazo a Buenos Aires: o governo tem até ao dia 29 de setembro para regularizar a situação.

As estatísticas oficiais da Argentina diferem com frequência das emitidas por entidades privadas independentes.

Em janeiro, o governo anunciou que a inflação chegou aos 10,8 % em 2012, quando um instituto privado colocou a taxa em 25,6 %.

A Argentina é acusada sobretudo de subestimar a taxa de inflação porque parte substancial da dívida soberana se encontra indexada ao aumento de preços.

Fonte: ionline

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