As exportações do sector da Saúde atingiram, em 2012, o valor de mil milhões de euros, de acordo com cálculos do Health Cluster Portugal (HCP), com base em dados do INE.
Este volume de vendas ao exterior, “nunca antes alcançado, ultrapassa as previsões e representa um crescimento de 8% face ao ano anterior, colocando-se acima do crescimento médio das exportações nacionais, que se situou em 5,8%”.
O principal destino das exportações do sector é a Alemanha (com cerca de 17%), segundo-se Angola (cerca de 10%), França (cerca de 8%), Reino Unido (cerca de 8%) e Espanha (cerca de 5%).
Joaquim Cunha, diretor-executivo Health Cluster Portugal, acrescenta, “se compararmos os últimos cinco anos o crescimento é na ordem dos 70%, o que ilustra que temos empresas no sector capazes de exportar”.
As exportações englobam produtos farmacêuticos de base, preparações farmacêuticas, instrumentos e material médico-cirúrgico, bem como equipamentos de radiação, electromedicina e eletroterapêutico.
“O maior volume de exportações centra-se nas indústrias farmacêuticas, para já temos apenas um medicamento 100% nacional, o da Bial, mas é preciso ter em conta também a produção para terceiros, a produção de genéricos, e a componente mais forte, que representa cerca de 150 milhões de euros, é o fabrico a montante, ou seja os princípios ativos de diversos medicamentos”.
Depois, sublinha o diretor-executivo do HCP, “temos também a exportação de dispositivos médicos de grande consumo, como kits para cirurgias, ou dispositivos para a hemodiálise e cada vez mais exportamos serviços, exames de diagnóstico para várias partes do mundo”.
Para Joaquim Cunha, estes resultados “são fruto do engenho das empresas, que com os preços esmagados a nível interno tiveram que procurar novos mercados”, para tal também contribuiu “a dinâmica do HCP e dos seus 134 associados, que reuniram esforços em torno de uma ideia – transformar o nosso País num player competitivo na investigação, conceção, desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e serviços associados à Saúde”.
Para o futuro, e os objetivos traçados são para 2020, “que foram delineados antes desta crise,são o lançamento de 5 novos fármacos made in Portugal e de 50 dispositivos médicos e métodos de diagnóstico – alguns deles já em fase de lançamento ou de comercialização –, e um volume de negócios de 4 mil milhões de euros, dos quais 70% representarão exportações”.
O Health Cluster Portugal é uma associação privada, sem fins lucrativos, fundada em 2008 e reconhecida no âmbito das Estratégias de Eficiência Coletiva do QREN, enquanto Pólo de Competitividade e Tecnologia. Tem como objetivo principal a promoção e o exercício de iniciativas e atividades tendentes à consolidação de um polo nacional de competitividade, inovação e tecnologia, de vocação internacional e, tendo presentes requisitos de qualidade e profissionalismo, promover e incentivar a cooperação entre empresas, organizações, universidades e entidades públicas.
Constituído em 2008, o HCP agrega um número muito representativo de instituições de I&D, universidades, hospitais e empresas. A presidência está a cargo de Luís Portela, enquanto João Lobo Antunes e Manuel Sobrinho Simões asseguram a vice-presidência da associação.
Os atuais 134 associados incluem empresas farmacêuticas e de biotecnologia, com um volume de negócios anual de 1250 milhões de euros, empresas de dispositivos médicos e de serviços, com um volume de negócios anual de 570 milhões de euros, universidades e entidades do sistema científico e tecnológico, que empregam mais de 70% dos 3000 doutorados do setor da Saúde, e unidades hospitalares públicas de referência, juntamente com os três maiores grupos privados de cuidados de saúde.
Fonte: Dinheiro Vivo