Representante do Banco Popular da China diz que os riscos de liquidez na China são “controláveis” e o banco central vai monitorizar as taxas e mantê-las em níveis razoáveis.
O Banco Popular da China está a intervir verbalmente para acalmar a instabilidade que marcou os últimos dias nos mercados de crédito naquele país, tensões que se alastraram segunda-feira a todas as bolsas mundiais.
Um representante da autoridade monetária diz que os riscos de liquidez no mercado de crédito são “controláveis” e garante que as “forças sazonais” que estão a fazer disparar as taxas interbancárias vão acalmar-se.
O banco central vai “monitorizar de perto” as taxas de mercado e mantê-la em “níveis razoáveis”, disse Ling Tao, responsável do Banco Popular da China, numa conferência de imprensa.
O Banco Popular da China parecia até às últimas horas não querer intervir no mercado, verbal ou concretamente, à medida que se alastravam os receios em torno da solvabilidade de vários bancos de média dimensão. A subida das taxas interbancárias dificulta o financiamento desses bancos, nomeadamente o refinanciamento de alguns produtos de alto risco contra os quais as autoridades se insurgiram na segunda-feira.
A subida das taxas interbancárias tem as suas raízes nos receios face a um tipo de produtos financeiros que os bancos chineses, sobretudo os de menor dimensão, têm vendido nos últimos anos. Chamam-se “produtos de gestão de riqueza” e gozam de garantias semelhantes a um depósito, mas pagam juros mais altos. Foi contra esses produtos – pouco regulados – que as autoridades se insurgiram num texto publicado na Xinhua. “A liquidez existe, mas está nos sítios errados”, diz a agência noticiosa estatal, frequentemente utilizada para passar mensagens políticas.
Pela sua voz, o Banco Popular da China (BPC) aconselhou as instituições financeiras a fazerem uma “análise atenta dos riscos de liquidez no mercado”, de forma a ajudarem os reguladores a “promover a estabilidade”. Existe grande opacidade em torno de onde investem estes produtos e qual a liquidez dos activos subjacentes, situação que já mereceu um alerta da Fitch. Com taxas interbancárias mais elevadas, o refinanciamento e reembolso desses produtos fica mais difícil.
Fonte: Negócios