Ricardo Salgado e Nuno Amado falaram com o Financial Times, deixando críticas aos líderes europeus.

Num artigo publicado hoje na edição impressa do jornal Financial Times, que analisa a banca portuguesa, Ricardo Salgado e Nuno Amado apelam aos líderes europeus para pararem de “brincar com o fogo”. Os presidentes do BES e do BCP, que falaram em entrevistas separadas, consideram que a situação no Chipre aumentou o nervosismo na zona euro para níveis perigosos.

“Os líderes precisam de moderar a sua linguagem”, afirmou Ricardo Salgado. Nuno Amado, por outro lado, fala em “vírus de Chipre” e acrescenta que “se alguém tivesse desenhado um plano para danificar o mercado europeu, teria sido difícil pensar em algo melhor” do que a solução aplicada em Chipre – um corte nos depósitos acima de 100 mil euros.

No artigo, o Financial Times destaca que BCP e BPI lutam para reembolsar as injecções que receberam de dinheiro público, para evitarem uma nacionalização parcial. Para Nuno Amado, o sector bancário português “está na pior fase do ciclo”. “Estamos a tomar o remédio mas ainda não fomos curados”, disse ao jornal britânico.

Já o presidente do BES, banco que não solicitou a intervenção do Estado, diz “ter nesta fase ainda alguma margem de manobra”. Sem descartar um novo reforço de capital, Salgado afirma ao FT que “temos de estar preparados para uma situação em que Portugal pode não melhorar como esperado”.

Fonte: Económico

Comentários

comentários