O Brasil já tem falta de serviços nos sectores da construção civil e mineração e as empresas portuguesas podem aproveitar oportunidades, disse o CEO da Cimpor, Ricardo Lima.

O Brasil já tem falta de serviços nos sectores da construção civil e mineração, e os empresários portugueses interessados devem identificar onde há essa procura para entrar no mercado com riscos reduzidos, defende o presidente executivo da cimenteira Cimpor.

“O meu conselho é que os empresários interessados em se internacionalizarem procurem identificar as áreas onde há falta de prestadores de serviços e venham para o Brasil já com contratos feitos, o que minimiza os riscos de entrar num mercado estrangeiro”, afirmou à Lusa o presidente da cimenteira Cimpor, Ricardo Lima.

As declarações deste responsável foram feitas num vento organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Exterior de Portugal (AICEP), que decorre entre hoje e sexta-feira, passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, cidades onde os empresários portugueses terão a oportunidade de se reunir com empresas brasileiras do mesmo ramo.

Ainda segundo o CEO da Cimpor, a cultura empresarial dos dois países possui “diferenças positivas” que podem ser utilizadas de forma “complementar”, garantindo maior eficiência e competitividade num mercado global.

“De um lado, há o toque brasileiro da flexibilidade, de correr mais riscos, do trabalho em equipa, enquanto o português entra com a tradição, o conhecimento sólido e a ‘expertise’. Essas qualidades trabalhadas juntas dão à empresa uma possibilidade de sucesso muito grande”, reforça.

Na comitiva do AICEP estão desde profissionais que estão a realizar o primeiro contacto com o Brasil até empresas já inseridas no mercado, mas procuram novos contactos para desenvolver projectos futuros, como é o caso da Soares Costa, há dois anos instalada em São Paulo.

“Este evento interessa-nos porque é um bocado a mostra das empresas portuguesas para o Brasil, e uma coisa que já aprendemos da cultura local é que aqui muitas vezes consegue-se mais resultados em eventos sociais como este do que em reuniões mais formais”, explicou à Lusa Carlos Pinheiro, director da Soares Costa no Brasil.

Já para o director comercial da PerfilNorte, João Barbosa, o ambiente será um primeiro contacto para tentar entender “o que se quer e o que se precisa”, antes de apostar as fichas no Brasil.

“A ideia aqui é tentar perceber o mercado brasileiro, se precisam de nós lá ou cá”, afirmou Barbosa, que se diz motivado pelo exemplo de conhecidos que já se arriscaram e estão a obter sucesso além-mar.

A missão empresarial é chefiada pelo presidente da AECEP, Pedro Reis, e é fruto de um trabalho de investigação preliminar, na qual foram identificadas as firmas em busca de parceiros e novos negócios no exterior.

Fonte: Económico

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