A Porto Business School trouxe Sir Terry Leahy ao Porto, este ano, para dar uma palestra sobre liderança na Casa da Música. O recém-retirado CEO da TESCO tem o mérito de ter levado a cadeia de supermercados britânica de uma posição estagnada no número três, há anos e anos, para a número um do Reino Unido, tendo sextuplicado o seu valor e sendo, hoje, uma das três maiores do Mundo. No final, Sir Terry Leahy ainda respondeu a questões do Dinheiro Vivo.

Como é que se motiva uma equipa para o objetivo da empresa?
Temos de ouvir as pessoas, em primeiro lugar, como expliquei na palestra. Temos de nos certificar que as pessoas têm formação para o que têm a fazer, que têm os instrumentos e meios de trabalho necessários para o que têm de fazer e que sabem o que têm de fazer, nomeadamente se são bem dirigidas.

E se for um excelente líder mas tiver de liderar uma equipa péssima, que não está qualificada para fazer o que planeou para a empresa?
Deverá dar a toda a gente uma oportunidade e oferecer às pessoas mais apoio. Dar-lhes um sentido de confiança que, na maioria das situações, pode ter um grande impacto. A maior parte das equipas funciona como no futebol: podem ter péssimos resultados e quando se muda o treinador passam a ganhar jogos.

Porém, tendo verificado que as pessoas têm formação, têm recursos, são bem lideradas e, mesmo assim, não obtêm resultados, o líder terá de ter uma conversa cara-a-cara. As pessoas sabem quando não estão a entregar os resultados que deviam, portanto é preciso saber o que se passa.

No entanto, devo dizer que se um líder partir do princípio que os maus resultados se devem a uma péssima equipa, é porque é um mau líder. Se culpa outras pessoas, é um mau líder porque não assume responsabilidade. Por isso é que muitos não têm a conversa cara-a-cara: não querem descobrir que, na verdade, são maus líderes.

Se for preciso despedir alguém, há uma forma correta de o fazer?
É preciso ter a tal conversa cara-a-cara, ter um relacionamento com a pessoa e dizer a verdade. Deixar claro que não está a fazer um julgamento sobre a pessoa, mas sobre a forma como se tem saído naquele trabalho. Ele até pode ser um líder noutra função, é possível que quem está a liderar não o saiba ainda.

E como é que um líder deve lidar com o fracasso?
O fracasso causa uma perda de auto-confiança, mas faz com que olhemos o nosso interior e consigamos encontrar aí as nossas forças. Nessa altura, conseguimos mudar. Uma enorme auto-confiança e fé nascem desse processo. Não é por acaso que se costuma dizer que os grandes líderes são forjados pelo fogo. Cada um descobre-o quando ultrapassa o fracasso.

Fonte: Dinheiro Vivo

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