Presidente do Brasil vem agradecer apoio de Lisboa à eleição de Roberto Azevedo para director-geral da OMC

Dilma Roussef chega a Portugal no dia 10 de Junho para uma visita oficial muito especial, confirmou ao i uma fonte oficial do Palácio Itamaraty em Brasília. A presidente do Brasil vem dizer ao governo português que o seu governo está preparado para avançar para a nova reprivatização da TAP, apoiando um consórcio formado por empresas brasileiras e a Avianca, a companhia aérea que concorreu sozinha o ano passado ao falhado processo de venda da empresa portuguesa.

Agora, com a reprivatização da TAP ainda sem data marcada, com o governo a dizer que abrirá de novo o processo quando estiverem reunidas condições no mercado, o Brasil avança com uma proposta forte, tanto do ponto de vista financeiro como estratégico, envolvendo German Efromovich, o dono do grupo Synergy, detentor da Avianca, no negócio. Mas a proposta brasileira não esquece uma das questões que mais desvalorizou o preço proposto por Efromovich o ano passado: os prejuízos avultados do negócio de manutenção no Brasil.

O grupo TAP fechou 2012 com prejuízos de 42,2 milhões de euros e os negócios no Brasil deram um contributo fortemente negativo para este resultado, tendo a TAP-Manutenção e Engenharia Brasil gerado um prejuízo de 50,2 milhões de euros, apesar de tudo uma melhoria face aos 62,7 milhões registados em 2011. Na proposta que Dilma Roussef irá apresentar ao governo propõe-se que os créditos sobre a empresa sejam transformados em capital social para posteriormente os novos donos terem melhores condições financeiras para a reestruturação da empresa.

Mas se a TAP é um negócio a várias mãos, o Brasil está muito interessado na privatização dos CTT, com o governo de Dilma Roussef a dar apoio financeiro aos empresários que irão entrar na corrida já no segundo semestre deste ano, depois do governo ter prometido que até final de Junho seriam escolhidos os assessores financeiros da privatização.

Em Abril, na apresentação dos resultados de 2012, em que os lucros recuaram 9,1% para os 50,7 milhões de euros, Francisco  de Lacerda, presidente dos CTT, garantiu que os prazos da privatização seriam cumpridos  e adiantou que a empresa  está “claramente apostada em desenvolver toda a actividade dos serviços financeiros”, numa alusão ao famoso Banco Postal que nunca saiu do papel.

Durante a visita a Portugal, Dilma Roussef irá também agradecer ao governo português o apoio à eleição do brasileiro Roberto Azevedo para director-geral da Organização Mundial do Comércio.

Fonte: Jornal i

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