Empresários portugueses estão a inundar o e-mail e o Facebook do Fórum Macau à procura de oportunidades de investimento, disse à Lusa a secretária-geral adjunta da organização, destinatária de dezenas de mensagens por semana.

Rita Santos disponibiliza-se para facilitar “casamentos” entre empresas portuguesas e chinesas, para projectos conjuntos, mas avisa que é preciso “dimensão” para o mercado asiático, além do parceiro certo e uma relação sólida com este.

“Vejo grande interesse (…). Desde última vez que estive [em Lisboa, em 2012] recebo muitos pedidos através do meu Facebook pessoal e do Fórum, de correio eletrónico… Canalizo para empresários interessados, e eles é que negoceiam, se o negócio é viável”, disse a responsável do Fórum Macau em entrevista à Lusa.

“Facilito o namoro. Se o casamento é viável ou não depende de negociação entre os parceiros (…) Damos condições, mas é preciso esforço da parte dos empresários. É preciso correr riscos, fazer estudos de viabilidade e encontrar o parceiro certo”, diz Rita Santos.

Depois da passagem recente por Macau e Cantão de uma delegação da Associação de Jovens Empresários, no próximo mês vão estar na Região Administrativa Especial chinesa representantes de quatro empresas do sector ambiental, que “vão ter oportunidade de expor produtos de alta tecnologia de controlo ambiental”, em Macau e na Província de Shandong.

“É bom os empresários portugueses aproveitarem esse ambiente de negócios de Macau e da China para expandirem os seus negócios”, afirmou à Lusa.

Vinho e azeite português já estão no mercado chinês, sendo o centro turístico de Macau uma fonte de promoção importante, “mas a produção em Portugal não é suficiente para poder satisfazer as necessidades do vasto mercado China”.

“Uma cidade na China tem mais de 10 milhões de habitantes. É preciso que haja uma produção em massa. (…) Agora, o vinho na China já está a entrar no consumo diário, mas os vinhos mais conhecidos continuam a ser os do Chile, França, Austrália, e o português ainda é pouco conhecido”, adiantou.

Segundo Rita Santos chegam agora a Macau não só exportadores de vinho ou cortiça, mas de “serviços de alta tecnologia, design, informática”, e é desejável que Portugal mostre também os seus produtos de marca.

Alerta, contudo, que os chineses “ainda não conhecem bem o mercado de Portugal”, sendo Macau e parcerias com intermediários como o Fórum, Câmaras de Comércio ou empresários locais, uma forma de “dar confiança”.

Em Portugal, Rita Santos tem previstos contactos a nível universitário, com a presidente da Assembleia da República, o secretário de Estado das Comunidades, com o futuro cônsul de Portugal em Macau, Vítor Sereno, e com o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Pedro Reis.

Criado há 10 anos, o Fórum Macau procura também estimular projectos de investimento multilateral, nomeadamente parcerias entre chineses e portugueses em África.

Fonte: Sol

 

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