Agravamento no consumo interno e queda nas exportações terão levado à contracção de 9,7% do PIB do quarto trimestre, mais do que o dobro do trimestre anterior.

A economia espanhola acelerou a contracção no quarto trimestre de 2012 e registou uma queda de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), anunciou nesta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) espanhol. Esta queda, mais grave do que a que havia sido antecipada pelo Banco de Espanha há uma semana, arrasta a contracção económica para os 1,37% do PIB no total de 2012.

Os números de contracção anual são, no entanto, inferiores aos que foram antecipados pelo Governo durante a apresentação do Orçamento do Estado espanhol para 2012. O Executivo liderado por Mariano Rajoy antecipara então uma queda na ordem dos 1,5% do PIB. Na semana passada, o ministro espanhol da Economia já havia avançado que a queda seria menor do que o esperado.

Já o Banco de Espanha estimou na semana passada que o PIB iria cair 0,6% no último trimestre, e avançou o porquê: o consumo interno continuou a sair lesado pelos cortes na actividade económica e pela falta de acesso a crédito pelos consumidores.

O INE espanhol utiliza a mesma justificação nesta quarta-feira. No entanto, na apresentação dos números provisórios, o gabinete de estatísticas não apresenta ainda dados detalhados dos componentes do PIB, ainda que aponte no sentido de uma quebra agravada no consumo.

A queda da economia espanhola no último trimestre de 2012 é mais do que o dobro dos 0,3% de contracção do PIB que foram registados no terceiro trimestre do mesmo ano.

As exportações têm agido como contrapeso para atenuar uma maior queda da economia espanhola, tal como tem acontecido com a economia portuguesa. Mas o quarto trimestre sentiu uma queda de 0,7% nas exportações, o que terá ajudado ao agravamento da contracção económica.

Este último trimestre só regista uma melhoria na balança comercial espanhola porque as importações caíram uns significativos 5% durante os três meses, de acordo a análise do Banco de Espanha, citada pelo El País.

Na segunda-feira, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, foi a Madrid defender que atroika pode discutir um alívio para as metas orçamentais em Espanha no próximo mês. Na sua visita, Olli Rehn afirmou que a falta de acesso ao crédito bancário é uma preocupação a ter em conta. Um facto que aponta para uma derrota na recapitalização bancária espanhola.

Fonte: Público

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