Grupo de distribuição diz estar a negociar com os principais bancos espanhóis. Dívida acumulada rondará os 5000 milhões de euros.

O El Corte Inglés iniciou um processo para renegociar a dívida com os seus principais bancos credores, anunciou nesta segunda-feira o grupo de distribuição espanhol.

A agência de informação financeira Bloomberg avançou, citando três fontes com conhecimento do processo, que a dívida acumulada pela empresa ronda os 5000 milhões de euros, um valor não confirmado pelo El Corte Inglés, que também não refere os bancos envolvidos na renegociação da dívida.

Entre os credores, garante a mesma agência, está o Santander, uma das instituições com as quais o grupo de distribuição quer renegociar os termos dos compromissos assumidos, nomeadamente os prazos de vencimento dos empréstimos.

Em comunicado citado pelo económico espanhol Expansión, a cadeia de armazéns limita-se a justificar a operação e a referir que o processo está a ser conduzido “em colaboração com as principais instituições financeiras” de Espanha, que, assegura, manifestaram “interesse em participar” na renegociação.

Com este processo, o grupo El Corte Inglés procura “maior flexibilidade”, tanto no seu sector de actividade como no sector financeiro. A empresa entende ser “muito adequado” avançar neste momento com a reestruturação, uma vez que as taxas de Euribor “estão baixas e os mercados oferecem possibilidade atractivas de financiamento de longo prazo”.

Segundo a Bloomberg, para conduzir a operação, o El Corte Inglés contratou o banco norte-americano Morgan Stanley.

Com a crise na zona euro e o aumento do desemprego em Espanha e em Portugal, a quebra no consumo privado está a penalizar o negócio do grupo, refere o diário El País. O formato de grandes armazéns continua a ser o tronco da actividade do El Corte Inglés, que em Portugal tem duas grandes unidades (Lisboa e Gaia), seis estabelecimentos da rede de supermercados SuperCor e outras quatro lojas da linha de moda do grupo (duas da cadeia Sfera).

Segundo os dados anuais mais recentes divulgados pelo grupo, relativos ao exercício de 2011, mais de metade dos lucros vieram da linha de actividade de grandes armazéns, que valiam 298 milhões de euros de lucro. No total, o volume de negócios consolidado do grupo ascendeu a 15.777,75 milhões de euros.

Fonte: Público

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