Em Portugal a distribuição da riqueza, usando como medida os depósitos bancários, é desigual. De acordo com dados do Fundo de Garantia de Depósitos, 1,2% dos clientes da banca detém 41,5% do total de poupanças em forma de depósitos.

Os números, relativos à situação de 2011, mostram que cerca de 197,3 mil titulares (1,2% do total) detinham mais de 65,6 mil milhões de euros (41,5% do total), a maioria do dinheiro aforrado em território português.

Ou seja, numa altura em que no Chipre se fala em tributar os depósitos de toda a gente, excepto os depositantes com menos de 20 mil euros no banco, para pagar o programa de ajustamento da troika (recorrendo para tal a uma medida que tenta taxar os mais ricos na economia cipriota), em Portugal torna-se claro que existe uma alta concentração de titulares ‘ricos’.

Os dados do FGD indicam que no grupo dos mais ricos – depositantes com mais de 100 mil euros no banco – o valor do depósito médio ascende a 332,7 mil euros por titular, ao passo que no grupo dos ‘menos ricos’ (titulares com menos de 10 mil euros no banco), o depósito médio ronda apenas 1677 euros por cliente bancário.

Comparando este valor com o depósito médio dos mais ricos tem-se uma diferença abissal. O mais rico tem 198 vezes mais dinheiro.

O FGD revela que, em Portugal, 83,2% dos titulares (13,7 milhões, um número que supera o da população pois inclui empresas e titulares estrangeiros) controla apenas 22,9 milhões de euros em depósitos, o que representa 14,5% do aforro total via este instrumento.

Fonte: Dinheiro Vivo

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