Pluripar do grupo SLN e a dona dos supermercados Elos e Ponto Fresco têm as dívidas maiores.

As empresas portuguesas que apresentaram Processos Especiais de Revitalização (PER) têm dívidas que ascendem, no total, a 3,7 mil milhões de euros, sendo que 105,5 milhões correspondem a pagamentos em falta à Segurança Social e 63,7 milhões ao Fisco. Mas estes montantes podem ser muito mais elevados, tendo em conta que já existem 514 processos apresentados, mas ainda só foram reconhecidos créditos em 274 destes processos.

A Pluripar, a empresa ligada ao grupo SLN que detém várias imobiliárias, apresentou-se ao PER em Novembro do ano passado e é, até agora, a responsável pelo maior volume de crédito: 360,6 milhões de euros, dos quais 1,48 milhões são dívidas ao Fisco e 120 mil euros à Segurança Social. Em segundo lugar surge a GCT, o terceiro maior grupo grossista do país detentor das marcas de supermercados Elos e Ponto Fresco, com uma dívida apurada de 223,7 milhões de euros. Entre os credores, estão os cerca de mil trabalhadores da empresa, com salários em atraso desde Junho do ano passado. Neste caso, Fisco e Segurança Social não são credores significativos, pois somam apenas uma dívida de 227 mil euros. A decisão deste caso deverá ser conhecida nas próximas semanas.

“A taxa de sucesso do Programa Revitalizar é de 80%”, confirmou o secretário de Estado adjunto da Economia ao Diário Económico. “Devemos chegar ao final de 2013 com cerca de mil processos de revitalização formalizados. Se, dos casos concluídos, tivermos uma taxa de sucesso de 25%, será uma marca extraordinária. Difícil, mas extraordinária”, reconheceu Almeida Henriques. O secretário de Estado afirmou ainda que a taxa de sucesso, agora, é um pouco inferior no que respeita ao sector da construção que é responsável por 129 PER. Destes, apenas 15 já foram aprovados, explicou o responsável.

De acordo com os dados mais recentes (28 de Fevereiro) a que o Diário Económico teve acesso, do total de 514 processos apresentados, 65 já foram concluídos com acordo e 20 sem acordo. Destes 20 PER quatro resultaram em pedidos de falência: a 4 SUN, uma empresa de empreendimentos turísticos; a sociedade de Carpintaria de Construção Civil Irmãos Melo; a empresa, de Braga, de explosivos industriais Santos da Cunha 7 e a serralharia João Lima Costa. Quatro casos de empresas ligadas à construção e que demonstram as dificuldades que o sector atravessa e que levaram o Executivo a assinar na sexta-feira um compromisso com 50 medidas para ajudar a “salvar” este sector.

Mas a construção não é a área mais representada nos PER. A indústria lidera os processos com 150 casos (29% do total), seguida da construção e do comércio (116 PER, ou seja, 22,5% do total). A agricultura é o sector menos representado. Já em termos de dimensão são, sobretudo, as pequenas e as micro empresas que recorrem ao PER. Mas também há grandes (33 empresas).

Fundos Revitalizar operacionais no segundo trimestre

Uma importante vertente do Programa Revitalizar passa pelos três fundos regionais que foram criados para ajudar a revitalizar, expandir e internacionalizar as empresas e que contam com uma dotação de 220 milhões de euros.

Estes fundos – instrumentos de capital de risco destinados a investimento em PME – que estão em fase de registo na CMVM, deverão ficar operacionais no segundo trimestre deste ano.

“Acredito que no segundo trimestre de 2013 os fundos Revitalizar estarão completamente operacionais, mas as empresas interessadas podem já iniciar a preparação dos seus planos”, lembrou Almeida Henriques.

Fonte: Económico

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