Presidente norte-americano Barack Obama faz o seu discurso sobre o Estado da União.
O Presidente norte-americano Barack Obama disse, na noite de terça-feira, que os Estados Unidos e a Europa vão iniciar conversações sobre o que será a maior zona de comércio livre a nível mundial.
“Esta noite, estou a anunciar que iremos lançar negociações sobre um Comércio Transatlântico abrangente e uma Parceria de Investimento com a União Europeia – porque o comércio, que é livre e justo através do Atlântico, suporta milhões de empregos norte-americanos bem remunerados”, referiu Obama no seu discurso sobre o Estado da União.
Esta medida atenderia aos pedidos crescentes da Europa para criar um grande pacto comercial para estimular o crescimento em ambos os lados do Atlântico, abrangendo uma região onde o comércio bilateral atingiu 646 mil milhões de dólares (480 mil milhões de euros) no ano passado.
Ainda no discurso sobre o Estado da União Barack Obama fez saber que deseja que a próxima revolução manufactureira seja “concretizada nos Estados Unidos”, e como tal anunciou a criação de três novos centros de inovação produtiva. “A nossa primeira prioridade é fazer dos Estados Unidos um íman para novos empregos e novas indústrias produtivas”, sublinhou o presidente norte-americano ao pedir ajuda ao Congresso para “garantir” que a próxima revolução seja em solo norte-americano. No seu discurso do Estado da União, centrado nas questões económicas, Barack Obama ressalvou que nos últimos três anos o sector das manufacturas criou 500 mil postos de trabalho depois de uma década de perda de emprego.
“A Caterpillar está a trazer trabalhos do Japão, a Ford empregos do México (…) e este a Apple começará a produzir Macs nos Estados Unidos novamente”, apontou o governante. Como tal, “há coisas que podemos fazer já para acelerar esta tendência”. Além dos três centros de inovação, Obama solicitou ao Congresso ajuda a “criar outros 15” nos quais o governo colabore com o sector privado para converter as cidades que ficaram para trás na globalização em centros globais de emprego e alta tecnologia. “Agora é o momento para alcançar o nível de investigação e desenvolvimento que não se vê desde o desenvolvimento espacial”, sublinhou Barack Obama.
O presidente Barack Obama assinou ainda uma ordem executiva sobre segurança cibernética para a comunicação voluntária de ameaças às infra-estruturas norte-americanas como redes de energia eléctrica, oleodutos e sistemas de água. “Sabemos que os ‘hackers’ roubam a identidade das pessoas e infiltram-se nos correios electrónicos privados. Sabemos que países e empresas no exterior roubam os nossos segredos comerciais, e agora os nossos inimigos também querem sabotar o nosso sistema eléctrico, as nossas instituições financeiras e os nossos sistemas de controlo de tráfego aéreo”, referiu Obama durante o seu discurso sobre o Estado da União.
Fonte: Económico