Empregabilidade dos alunos é a principal aposta das universidades, que criam cada vez mais estratégias.

Com o desemprego a não dar tréguas aos jovens, as universidades de hoje já não têm só a função de dotar os seus alunos de competências técnicas, mas principalmente de prepará-los e ajudá-los a entrar no mercado de trabalho. À semelhança do que acontece em vários países europeus e nos EUA, as universidades portuguesas têm vindo a apostar em gabinetes de gestão de carreiras e emprego, que se dedicam, essencialmente, a realizar iniciativas para promover o emprego entre os seus alunos finalistas e recém-diplomados.

Na prática, os gabinetes de gestão de carreira nas universidades funcionam quase como empresas de recrutamento, ao fazerem a ponte, numa relação cada vez mais estreita, com as empresas potenciais empregadoras. As iniciativas são várias e já não passam só pelas famosas e sempre muito concorridas feiras de emprego, mas também ‘road shows’ dos empregadores e visitas de CEO às faculdades, acompanhamento e contacto regular com os ex-alunos.

As maiores responsáveis pelos elevados níveis de empregabilidade das melhores faculdades portuguesas nos cursos de Economia e Gestão, por exemplo, ainda são as feiras de emprego: “cerca de 60% dos nossos alunos são recrutados pelas empresas presentes no Career Forum”, garante Nádia Leitão, responsável pela organização da feira de emprego que o Career Services da ISCTE Business School realiza todos os anos.

São estes gabinetes que, além de apoiarem os alunos no desenvolvimento individual dos seus projectos de carreira, lhes conseguem muitas vezes estágios. E, quase sempre, nas feiras de emprego, são disponibilizadas vagas para estágios nas empresas presentes, embora só os estagiários de topo tenham depois a hipótese de ficar na empresa.

É aqui que o ‘networking’ com o mundo empresarial faz a diferença enquanto aposta principal dos gabinetes de carreira que funcionam, com nomes diferentes mas a mesma função, dentro das universidades.

A Nova School of Business and Economics tem o Career Management Office, que faz o ‘match’ entre oportunidades de estágio e alunos interessados.

Na Católica-Lisbon School of Business and Economics “quer o acompanhamento individual dos alunos, que é feito pelo gabinete de desenvolvimento de carreiras, quer o contacto privilegiado com o mercado de trabalho”é destacado pela directora académica de licenciaturas, Ana Canhoto.

E a verdade é que a participação activa de cada vez mais empresas portuguesas nestes eventos é demonstrativa do valor que as mesmas dão a estas formas de recrutamento. Não é raro ver as mesmas empresas presentes em todas as principais feiras de emprego das universidades, com o objectivo de captar novos talentos.

O ISCTE – Instituto Universitário chama ao seu gabinete de carreiras Career Services, que é responsável pela preparação dos alunos para o contacto com o mundo empresarial.

E o ISEG, por exemplo, que tem a sua CareerWeek anual, com os habituais ‘stands’ de empresas participantes e ‘workshops’ de desenvolvimento de carreira, criou não há muito tempo uma cadeira a que chama “preparação para a procura de emprego. Uma formação de 15 horas lectivas, onde são aprendidas técnicas de construção de currículo e cartas de apresentação, debatidas posturas e estratégias dos futuros candidatos em, situação de entrevistas e ao longo das várias etapas do processo de selecção. Tudo estratégias em que as universidades investem cada vez mais, para que sejam quase os alunos a escolher as empresas para as quais querem trabalhar.

Fonte: Económico

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