Os países que perdem o grau de investimento levam, em média, um pouco mais de seis anos para o recuperar, conclui uma análise da Fitch. O “rating” do Estado português caiu para “lixo” em Julho de 2011. A confirmar-se esta análise, Portugal só sairá de lixo em 2017.

Os Estados cujos títulos de dívida perdem o grau de investimento das agências de “rating”, passando a ser classificados de investimento especulativo ou “lixo”, levam, em média, um pouco mais de seis anos – 6,1 – para o recuperar, o que normalmente se traduz num acesso mais facilitado a financiamento. A conclusão é da agência de rating Fitch que a retira com base numa análise da variação desde 1995 dos “ratings” nos soberanos para quem trabalha.

No seu relatório, a Fitch nota que a recuperação do grau de investimento tende a coincidir com períodos de crescimento e de redução do endividamento público, sendo menos relevante a posição externa – para entrar ou sair de lixo.
O Brasil (BBB-), a Rússia (BBB-) e a África do Sul (BBB) estão actualmente nos patamares mais baixos de “lixo” da Fitch e com perspectiva negativa (ou seja, com possibilidade de novos cortes); Hungria (BB+) e Portugal (BB+) também permanecem em terreno especulativo, mas menos profundo e com perspectiva positiva. Com base no seu histórico de decisões, a Fitch conclui ainda que, em média, os países estão um pouco mais de um ano (12,6 meses) em perspectiva positiva antes de o seu rating subir a grau de investimento.

 O “rating” do Estado português caiu para “lixo” em 5 de Julho 2011 quando a agência Moody’s se converteu na primeira a retirar o grau de investimento à dívida pública soberana, tendo essa decisão sido depois replicado pela Standard & Poor’s e pela Fitch. Neste momento, as três grandes agências já têm o “rating” de Portugal no primeiro patamar de lixo, quase a dobrar o “cabo das tormentas” para grau de investimento.

Fonte: Negócios

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