O Governo pediu hoje a empresários da construção civil portugueses residentes no estrangeiro ajuda para impulsionar a internacionalização das empresas portuguesas e aumentar as exportações, no primeiro de três dias de um encontro destes empresários em Portugal.

“A internacionalização da nossa economia, a venda dos nossos produtos, a exportação dos nossos produtos passa muito pelo trabalho de propaganda, de venda de imagem que cada português conseguir fazer nos países onde está”, disse José Cesário.

O secretário de Estado das Comunidades falava hoje em Lisboa perante uma plateia de cerca de 20 empresários, engenheiros e arquitectos portugueses residentes em países como a França, Luxemburgo, Reino Unido, Brasil ou Canadá.

José Cesário destacou “a situação delicada” que se vive em Portugal e sublinhou a grande necessidade que as empresas portuguesas têm de aumentar as suas exportações.

“As nossas empresas precisam muito disso. Se exportarmos mais, produziremos mais, produzindo mais criaremos mais emprego e este é o objectivo fundamental do Governo, tentar que, a prazo, consigamos criar mais emprego, mais riqueza

[…] e estabelecer pontes com outros países para que as nossas empresas sejam muito mais fortes”, disse.

“Pedimos-vos ajuda para isto”, prosseguiu.

O Governo quer usar o “efeito multiplicador” destes empresários, tornando cada um deles num “embaixador de Portugal”.

Os cerca de 20 empresários, engenheiros e arquitectos participam, até quarta-feira, no encontro promovido pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Natural de Setúbal e a residir há 20 anos em Manchester, Reino Unido, João Novo é proprietário de uma pequena empresa de construção de casas de madeira e acaba de abrir uma empresa em Portugal, onde irá fabricar além das casas de madeira, habitações para instalar em parques naturais.

Tradicional importador de produtos portugueses, João Novo não se deixou assustar pela crise quando decidiu investir em Portugal.

“Foi uma decisão fácil, porque há mais de 20 anos que só importo produtos portugueses. Nem sempre tem sido fácil, mas recusei-me sempre a importar de outros países. Sinto como um dever investir em Portugal”, disse à Lusa.

Lamentando que Portugal “não surja como percepção imediata na mente dos clientes ingleses”, João Novo defende uma aposta maior na promoção da marca “made in Portugal”.

Com mais de 200 empregados e um volume anual de negócios de 30 milhões de euros, Orlando Pinto, natural de Viseu e empresário há 10 anos no Luxemburgo, baseia a sua relação de negócios com Portugal sobretudo na “importação” de mão-de-obra.

“Este ano já fiz 10 contratos de trabalho” com portugueses, disse à Lusa Orlando Pinto, adiantando que desde o início da crise os pedidos de emprego não têm parado de aumentar.

Disse que a importação de materiais para a construção civil não tem tido grande expressão no seu negócio, sobretudo por causa das regras impostas pelo Luxemburgo, mas adianta que veio ao encontro para tentar “novas portas”.

Também à empresa de Joaquim Prazeres, que veio de Toronto, Canadá, chegam diariamente pedidos de emprego por parte de portugueses.

Com 400 funcionários, o empresário garante que nos últimos tempos recebe mais de 100 pedidos de emprego por semana.

“Não se podem empregar todos, mas fazemos o que podemos”, disse à Lusa, explicando que há muita gente que vai ilegal e que depois é preciso legalizar.

Quanto à importação de produtos, Joaquim Prazeres adiantou que se resume a algumas compras de carvão e pedras.

O empresário elogiou a iniciativa do Governo de trazer os empresários da diáspora a Portugal e garantiu que esta é uma boa altura para investir no país.

O encontro de empresários da construção civil segue-se a encontros semelhantes realizados com políticos, dirigentes associativos e mulheres que são líderes nas comunidades onde residem.

Fonte: Sol

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