Pela primeira vez, desde Dezembro de 2009, o juro dos novos empréstimos às empresas de menor dimensão caiu abaixo da fasquia dos 5%. Descida dos ‘spreads’ cobrados deu o maior contributo.

Há cinco anos que as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas não beneficiavam de custos de financiamento tão favoráveis. Estatísticas divulgadas ontem pelo Banco de Portugal mostram que os juros dos novos empréstimos concedidos em Novembro do ano passado a empresas deste segmento se situaram, em termos médios, abaixo da fasquia dos 5%, o que já não acontecia desde Dezembro de 2009.

Os juros dos empréstimos a PME (montantes de financiamento até um milhão de euros) fixaram-se em Novembro último nos 4,93%, em média, abaixo dos 5,21% registados no mês anterior. Apesar de ter ocorrido uma ligeira descida nos indexantes associados ao financiamento às empresas, este movimento deveu-se sobretudo à redução dos ‘spreads’ praticados pelos bancos na altura de emprestarem dinheiro, que baixaram para o nível mais baixo desde Outubro de 2010.

O desagravamento do custo do financiamento para as PME comprova a maior flexibilidade da banca na concessão de crédito às empresas. No último inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, realizado pelo Banco de Portugal, a maioria das instituições financeiras reportou ‘spreads’ aplicados nos empréstimos de risco médio mais reduzidos, tanto para PME como para grandes empresas, no terceiro trimestre do ano. O mesmo relatório sinalizava para o último trimestre de 2014 uma restritividade ligeiramente menor nos critérios seguidos pelos bancos para a aprovação dos financiamento às empresas.

Apesar da descida dos custos do financiamento às PME, as empresas de maior dimensão (financiamento superior a um milhão de euros) sofreram um agravamento nas condições. Em Novembro, os juros do novo crédito a este segmento situaram-se, em média, nos 4,34%, um valor superior aos 4,06% registados em Outubro.

A subida nos juros destes empréstimos foi acompanhada por um aumento expressivo no montante concedido durante este período. Em Novembro, e contrariamente ao que aconteceu com as PME, as empresas de maior dimensão viram o montante total dos novos empréstimos concedidos crescer 522 milhões de euros face ao mês anterior, para perto de 1,6 mil milhões de euros. Já os novos empréstimos para as PME tiveram uma quebra de 140 milhões de euros, num total de 1,5 mil milhões de euros concedidos neste mês.

 

Fonte: Económico

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