Analista considera que taxa a 10 anos de Portugal tem potencial para cair para os 5%, ao passo que as obrigações da Irlanda nesse prazo podem estar sobrevalorizadas.

“Não se deve subestimar a importância da emissão sindicada de dívida a 10 anos de Portugal”, escreve o analista Padhraic Garvey. O especialista destaca que Portugal não conta com os dois “ratings” acima de “lixo” da Irlanda (S&P e Fitch), pelo que a operação é mais “ambiciosa” do que a emissão que a Irlanda fez em Março.

Para Garvey, a emissão foi também “uma declaração corajosa por parte de Portugal, para mostrar às agências de ‘rating’ que conseguem emitir dívida de longo prazo no mercado”. No modelo de “rating” utilizado pelo ING, Portugal tem “rating” acima de “lixo”, em BBB-.

“Como consequência, acreditamos que há um ‘alpha’ positivo na dívida portuguesa [isto é, uma subvalorização do preço dos títulos] que estimamos ser de 50 pontos base”, afirma o analista, em nota a que o Negócios teve acesso. Ou seja, com a dívida portuguesa com taxas de 5,50%, o analista deixa implícito que o “valor justo” rondaria os 5%.

O que contrasta com a Irlanda, cujos riscos poderão estar a ser subestimados pelos investidores. As taxas da Irlanda têm um ‘alpha’ negativo de 60 pontos-base, calcula Padhraic Garvay, colocando o “valor justo” da dívida irlandesa a 10 anos na região dos 4%.

Fonte: Negócios

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