Apesar de continuar a sofrer problemas semelhantes aos de Portugal com a austeridade, tensões sociais, crise na coligação do Governo ou emigração em massa, no plano financeiro a Irlanda está a tornar-se no primeiro país com possibilidades reais de deixar a troika e a periferia do euro.
Os juros da dívida pública irlandesa a dez anos estão já na casa dos 3% e o seu nível de risco é hoje mais próximo de França e Bélgica que de Itália, Espanha ou Portugal. (ver quadro).
O spread dos juros da dívida da Irlanda face aos juros da dívida da Alemanha – o indicador mais utilizado pelos investidores para medir o nível de risco de um país – atingiu esta semana os 200 pontos base, menos de metade de Portugal (447 p.b.) e apenas um quinto do que Dublin apresentava há uns meses (mais de 1100 p.b.).
Depois de nunca ter abdicado do seu maior trunfo de competitividade (o baixo IRC), a Irlanda tem aproveitado todos os sinais de flexibilização dados pela troika, pedindo mais tempo para o défice ou alargando os prazos da dívida. No plano financeiro, a Irlanda já foi recompensada por estas acções, mas na economia real a história – ainda – é outra.
Fonte: Sol