Em termos homólogos, o Japão cresceu 3,5%, entre o primeiro trimestre de 2012 e o primeiro trimestre de 2013, segundo dados divulgados hoje em Tóquio. O crescimento no primeiro trimestre foi de 0,9% em relação ao trimestre anterior, quando a economia apenas havia crescido 0,3%. O consenso dos analistas apontava para um crescimento homólogo de 2,8% e um crescimento no trimestre de 0,7%. A realidade superou as estimativas. Esta retoma consolida a viragem na economia japonesa que esteve em contração durante o segundo e terceiro trimestres de 2012.

O contraste com a Europa é flagrante. Em termos homólogos, a economia da zona euro recuou 1% e o conjunto da União Europeia viu a riqueza criada contrair-se 0,7%, segundo dados provisórios divulgados ontem pelo Eurostat para o primeiro trimestre de 2013. As estimativas para o crescimento dos Estados Unidos no primeiro trimestre serão divulgadas pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) a 30 de maio. As previsões divulgadas pelo BEA no final de abril apontavam para um crescimento de 2,5%.

Efeito da “abenomics” 

Os analistas atribuem estes bons resultados no primeiro trimestre do ano à “abenomics”, a designação dada para as políticas orçamental e monetária defendida pelo novo primeiro-ministro Shinzo Abe, que tomou posse em dezembro depois de ter ganho as eleições para a Câmara baixa do Parlamento japonês. Abe enfrenta eleições para a Câmara Alta em julho e pretende apresentar, como balanço político, bons resultados no primeiro semestre do ano.

Um declínio do valor do iene, gerado pela política monetária “acomodativa”, favoreceu o sector exportador e a repatriação de ganhos das operações no estrangeiro das multinacionais nipónicas. As exportações de produtos e serviços subiram 3,8%. Por outro lado, o efeito psicológico da mudança de política pelo governo dinamizou o mercado doméstico. O consumo privado, que pesa 60% na economia japonesa, aumentou 0,9% no primeiro trimestre, a maior subida desde o terceiro trimestre de 2011. O aumento da procura interna contribuiu com 0,5 pontos percentuais para a expansão e a procura externa com 0,4 pontos percentuais.

Desde 1980, o Japão teve uma média de crescimento anual apenas de 0,52%, pouco mais de meio por cento. Nesse período, o crescimento mais elevado registou-se em junho de 1990 com 3,2% e o mês mais recessivo ocorreu em março de 2009, com uma quebra de 4%.

 

Fonte: Expresso

 

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