Obrigações dos periféricos estão em alta, depois de Olli Rehn ter aberto a porta a um alívio na dose de austeridade pedida aos países do euro para baixarem os défices orçamentais. Ecofin decide hoje sobre extensão dos prazos para Portugal pagar o empréstimo.

Os juros da dívida pública portuguesa estão em queda acentuada, em linha com o comportamento das obrigações dos restantes países periféricos do euro, em dia de reunião dos ministros das Finanças da União Europeia.

A descida dos juros das obrigações portuguesas acontece em todos os prazos, mas é mais forte nas maturidades mais longas. A “yield” da dívida a 10 anos recua 22 pontos base para 6,15%, o valor mais reduzido desde 1 de Fevereiro. A cinco anos a “yield” recua 16 pontos base para 4,8%.

As obrigações dos restantes países do euro estão também em alta acentuada (as cotações variam em sentido inverso aos juros), a reflectir as declarações ontem proferidas por Olli Rehn. A situação económica na Zona Euro, que se encontra em recessão, pode “justificar, num certo número de países, a revisão das datas para a correcção dos défices excessivos”, afirmou ontem o comissário europeu.

Estas declarações surgem depois das eleições em Itália terem sinalizado um forte voto de protesto contra a política de austeridade que está a ser implementada na Europa, que atirou a região para uma nova recessão.

Em Itália os juros da dívida a 10 anos desce 13 pontos base, para 4,75%, enquanto na dívida espanhola com o mesmo prazo a queda é de 6 pontos base para 5,03%.

Depois da reunião de ontem dos ministros das Finanças do euro (Eurogrupo), esta manhã reúnem-se os ministros de toda a União Europeia (Ecofin). Um dos pontos da agenda passa por dar mais tempo a Portugal e à Irlanda para os países pagarem os empréstimos.

Na segunda-feira à noite, no final do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem disse que foi decidido discutir na reunião de hoje do Ecofin se todos “estariam prontos a considerar um ajustamento dos empréstimos do MEEF (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) a Irlanda e Portugal”.

Se houver um acordo a 27, seria pedido à troika que avançasse o quanto antes “com uma proposta para a melhor opção possível para cada um destes países, para os empréstimos do FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) e MEEF”, para ser trabalhada a nível técnico e avaliada “provavelmente” na próxima reunião do Eurogrupo, em Abril.

Já o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, remeteu para Maio uma decisão sobre a eventual concessão de mais tempo a Portugal para corrigir o défice.

Fonte: Negócios

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