A AEP optou pela conversão da sua dívida em capital para resolver o seu problema de endividamento, criando uma Sociedade Especial de Investimento Imobiliário de Capital Fixo

O presidente da Associação Empresarial Portuguesa (AEP), José António Barros, defendeu hoje que o mercado de capitais “tem de ser” uma solução para a capitalização das empresas portuguesas com dificuldades financeiras.

As PME devem olhar para o mercado de capitais “como uma forma alternativa correta de financiarem as suas necessidades, em vez do crédito bancário”, afirmou o líder da AEP no mesmo dia em que assistiu à entrada em bolsa do fundo imobiliário que detém a Exponor e que estará em negociação a partir do próximo dia 03 de junho.

A AEP optou pela conversão da sua dívida em capital para resolver o seu problema de endividamento, criando uma Sociedade Especial de Investimento Imobiliário de Capital Fixo, a Nexponor, cuja maioria das ações foi subscrita por nove bancos portugueses, num total de 65,25 milhões de euros.

“Em vez de se fazer uma situação simples de venda de ativos, construiu-se uma solução mais elaborada, constituindo um fundo imobiliário, para o qual foram transferidos esses ativos”, explicou.

Com esta opção pela capitalização, “a AEP fica com um passivo normal, de funcionamento”, o que significa uma “vida nova” para a associação, uma vez que, resolvida a situação financeira, existe tempo para “servir as empresas, a prestar e a concentrar toda a atenção nos serviços e no apoio às empresas”, acrescentou.

A capitalização das empresas é também uma solução preconizada pelo CEO da Bolsa Portuguesa, Luís Laginha de Sousa, que a considera “crucial para a economia portuguesa e para as empresas portuguesas” uma vez que condiciona a sua capacidade de “assumirem riscos e aproveitarem as oportunidades que existem”.

“O crédito é essencial, tem de continuar a fluir a preços que não onerem demasiado as empresas, mas para que isso aconteça é importante reforçar a tónica da capitalização”, assinalou.

O fundo assume-se como um instrumento decisivo para a reconversão da dívida da AEP, cujo passivo ascendia aos 90 milhões de euros em 2011.

A decisão de criação do fundo pela associação surgiu após a entrega do Europarque (Santa Maria da Feira) ao Estado, devido à impossibilidade de cumprimento do serviço da dívida contraída para a construção do empreendimento, e numa tentativa de rentabilização do parque de feiras e exposições Exponor, em Matosinhos.

Fonte: Jornal i

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