Projecto de Potencial Interesse Nacional envolve investimento de 18 milhões de euros. Obras devem arrancar em Abril

Depois de cerca de oito meses à espera, a conserveira Ramirez conseguiu obter licença para a construção de uma nova fábrica em Matosinhos, que vai substituir a actual. O investimento de 18 milhões de euros é um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e foi considerada pelo Governo como uma obra de “relevante interesse público”, em Junho do ano passado.

“Vamos avançar para o próximo passo, fazer o caderno de encargos, lançar concurso e, se tudo correr como previsto, em Abril teremos tudo pronto para começar a construir”, adiantou ao PÚBLICO, Manuel Ramirez, administrador. A expectativa da empresa conserveira, que este ano comemora 160 anos de existência, é ter a unidade pronta a laborar dentro de dois anos.

Há muito que a Ramirez tem a intenção de construir uma nova unidade. Com 190 trabalhadores, a conserveira tem 15 marcas, duas fábricas, fabrica 55 tipos de conservas diferentes, vende 48 milhões de latas por ano e factura 27 milhões de euros (dados de 2011). Pela primeira vez na sua história, o ano passado vendeu mais no estrangeiro do que em Portugal e as exportações pesam, agora, 60% no negócio. A nova fábrica vai responder às exigências dos clientes internacionais e aumenta a capacidade produtiva, respondendo à procura externa.

Já em declarações anteriores, Manuel Ramirez (pai), presidente do conselho de administração, adiantava que a empresa se debate com falta de espaço. “A produção está dividida em duas unidades, uma em Matosinhos e outra em Peniche, e temos falta de espaço para armazenar a mercadoria”, disse.

A dimensão da actual fábrica, onde se produzem conservas de peixe desde os anos 1950, também não permite usar maquinaria mais moderna.

O investimento de 18 milhões é o mais avultado da Ramirez dos últimos anos e traduz a aposta em “tecnologia de ponta”, para tornar a unidade mais competitiva. “A nova fábrica vai permitir libertar mão-de-obra para trabalho mais produtivo”, sublinhou Manuel Ramirez.

Ao considerar o projecto de “relevante interesse público”, o Governo autorizou a utilização de solos incluídos na Reserva Agrícola Nacional, num total de mais de 36 mil metros quadrados. A área de implantação do edifício, a quatro quilómetros do actual, é de 16 mil metros quadrados.

No despacho assinado pelos secretários de Estado Adjunto da Economia e pelo das Florestas, é dito que 25% do total das descargas de sardinha no porto de pesca de Matosinhos são destinadas à laboração na Ramirez.

Com a construção das novas instalações está previsto um aumento de 21 postos de trabalho, lê-se no documento, “já que as actuais instalações em Matosinhos, para além da antiguidade, não permitem a sua expansão e crescimento”.

Fonte: Público

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