O Syriza ganhou, já conseguiu o compromisso para formar governo e, estranhamente, o mundo não acabou.

Apesar dos raios que se abateram ontem sobre a capital grega – ver foto impressionante aqui ao lado – a Europa acordou no dia seguinte às eleições gregas com as bolsas a subir, o euro a valorizar e os juros da dívida a aliviar. A excepção, esperada, foi a Grécia, que ficou sozinha a sentir a penalização do mercado, ainda assim longe da hecatombe que se temia.

As movimentações recentes do BCE, com a sua bazuca do ‘quantitative easing’, deram uma almofada de segurança à “Europa cumpridora”. Para a Grécia, essa almofada só estará disponível se o seu futuro for consensualizado com o resto da Europa, o que está longe de estar garantido.

Isto significa uma coisa pouco promissora para o novo governo grego: o que o mercado está a dizer é que o resto do bloco euro tem condições de sobreviver relativamente incólume a uma Grécia recalcitrante e, eventualmente, beligerante.

São más notícias para Tsipras porque só conseguirá negociar numa posição de força se tiver algum tipo de ameaça credível a fazer aos parceiros europeus. Ora, para já, não é claro que uma posição extremada da Grécia penalize tanto os outros países europeus como penalizaria a própria Grécia. Os investidores parecem não estar com medo do ‘bluff’ de Atenas, o que pode levar Tsipras a ser mais realista e menos ambicioso nas suas pretensões.

 

fonte: Económico

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