A brasileira Oi injectou dois mil milhões de euros na PT Portugal para que a dona do Meo fosse capaz de cumprir os seus compromissos devido ao ‘default’ de 900 milhões de euros da Rioforte.

A revelação é feita por Rafael Mora, administrador da Ongoing (dona do Económico), entidade que tem 10,05% da PT SGPS. Numa página de publicidade publicada em alguma imprensa diária Rafael Mora reage à notícia avançada pelo jornal “Público” na edição de Sábado onde se refere que o administrador da PT SGPS e da Oi tinha mudado de opinião, passando a defender que a Oi não sabia dos investimentos na Rioforte.

Rafael Mora justifica a mudança de opinião com novos factos apurados entre Julho e a assembleia-geral de 8 de Setembro. “Como foi apurado na auditoria [da PwC] a renovação dos papéis comerciais da Rioforte a 15 e 17 de Abril de 2014, por parte dos gestores financeiros da PT Portugal, fez com que fosse incrementada a dívida de curto prazo da PT, para poder fazer face às necessidades de liquidez do amento de capital da Oi, no montante de 855 milhões de euros”, começa por dizer.

Após o aumento de capital, diz o administrador da PT SGPS e da Oi, a brasileira enviou “recursos financeiros à PT Portugal para satisfazer um conjunto de dívidas consignadas no prospecto de aumento de capital no montante de 1.250 milhões de euros (dos quais 750 milhões estavam destinados para a amortização de obrigações convertíveis que venciam a Setembro de 2014)”.

Ora esses recursos foram usados na amortização da dívida de curto prazo da PT Portugal (aumentada devido ao investimento em papel comercial da Rioforte), “incluindo os referidos 855 milhões de euros o que fez com que, no final de Agosto de 2014, a Oi fosse confrontada com o facto da PT Portugal não ter dinheiro para pagar o vencimento convertível” de 750 milhões de euros.

“Com urgência, a Oi teve de convocar um conselho de administração para fazer um novo aumento de capital na PT SGPS, no montante de 750 milhões de euros, para pagar o convertível”.

Feitas as contas, a Oi injectou dois mil milhões e, diz Rafael Mora, se soubesse dos investimentos da Rioforte “em vez de terem enviado para Portugal os 1.250 milhões, teriam logo enviado os 2.000 milhões”.

 

Fonte: Económico

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