Venezuela lidera os esforços para estancar a queda de preços nos mercados mundiais. Mas a Rússia e os países Árabes não estão preparados para isso.

Reunidos em Viena, Áustria, os representantes dos países da OPEP – organização que agrega os países produtores de pelo menos um terço do petróleo mundial -, não conseguiram até agora acordar cortes na produção, como forma de estancar a queda dos preços em todas as praças internacionais.

Nesse quadro, os mercados nova-iorquinos de futuros do petróleo caíram para o menor preço em quatro anos. A nova ronda de negociações que começa amanhã é ainda de resultado incerto.

Com os Estados Unidos a atingirem uma produção recorde nunca observada em três décadas e a Arábia Saudita (entre outros membros da OPEP) a especular nos mercados internacionais, não há, segundo os analistas, enquadramento para uma subida dos preços.

“Todos os países OPEP são significativamente afectados pelos preços baixos e precisam de decidir cortes, mas entre ter conversas e promover uma acção nesse sentido, vai um grande passo”, disse Richard Mallinson, um analista geopolítico especialista em energia sediado em Londres.

As discussões não resultaram em qualquer compromisso conjunto para reduzir os fornecimentos, revelou Rafael Ramirez, ministro das Relações Exteriores da Venezuela e representante para a OPEP. Mas todas as partes envolvidas disseram estar preocupadas com o preço do petróleo. “Há um excesso de produção de petróleo”, disse Igor Sechin, CEO da Rosneft, maior empresa de petróleo da Rússia, após a reunião. “A oferta é superior à procura, mas não de forma crítica” e a Rússia não teria necessidade de cortar a produção imediatamente, mesmo que o petróleo caia abaixo dos 60 dólares o barril, revelou.

A pré-reunião de ontem em Viena surge depois de semanas de diplomacia, durante as quais a Venezuela, detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, tentou coordenar acções no interior da OPEP para deter o colapso dos preços do petróleo. A Venezuela tem sido duramente atingida pela queda de preços: as vendas caíram 35%.

 

Fonte: Económico

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