Portugal está em 6º lugar no que respeita ao crescimento e ao investimento

As empresas portuguesas de média dimensão são das mais optimistas na Europa relativamente aos próximos seis meses, planeando crescer e reforçar os investimentos neste período. De acordo com o primeiro EY’s European Mid-Market Barometer 2015, um estudo que ouviu mais de 6000 empresas europeias com facturação anual entre 10 a 500 milhões de euros, Portugal está em 6º lugar entre 21 países, à frente da Espanha,  França e Alemanha.

Globalmente, as empresas europeias de média dimensão olham de forma positiva para as suas perspectivas actuais e futuras, com 87% a considerarem o actual ambiente de negócios bom ou muito bom.  Cerca de metade (50%) espera mesmo que o volume de negócios aumente em 2015 comparativamente a 2014 e 46% conta melhorar o seu desempenho no primeiro semestre deste ano. Apenas 7% diz que terá piores resultados nos seus negócios.

O estudo da EY (antiga Ernst & Young) conjuga as respostas relativas à actual situação com as expectativas para o futuro, calculando um índice representativo do ambiente de negócios. Com um resultado final que varia entre -100 a +100, as conclusões para 2015 resultam num valor médio para a Europa de 47. As empresas da Turquia (65), da Irlanda e Reino Unido (63), da Dinamarca (58), da Holanda (56), de Portugal (55) e de Espanha (51) são as mais optimistas. Já as empresas da Rússia (43), da Alemanha (40), da Itália (37), da Polónia (19) e da Grécia (-21) ocupam os cinco lugares mais baixos do ranking.

Melhores resultados internos do que externos 
As empresas europeias de média dimensão estão mais optimistas sobre as perspectivas de evolução da economia do seu próprio país (32%) do que da Europa como um todo (28%). Irlanda (68%/59%), Reino Unido (49%/42%) e Espanha (48%/42%) lideram o optimismo quanto à evolução do clima económico nos seus países e na Europa durante os próximos seis meses. Em contrapartida, apenas 18% das empresas alemãs prevê uma melhoria da sua economia interna, com 41% a estimarem uma deterioração das condições do mercado europeu. Em ambas as análises, as empresas gregas são as mais pessimistas, com 47% e 46% a esperarem uma deterioração do mercado local e da Europa, respectivamente.

Uma das razões para o pessimismo reside na crise na Ucrânia, com um em cinco (31%) entrevistados a reconhecer que os seus negócios sentiram os efeitos da tensão na área. O sector industrial é o mais afectado (25%). Os países que mais referem esta situação a Turquia (40%), a Grécia (34%), a Rússia (33%) e a Alemanha (26%).

“O estudo mostra claramente que na Alemanha e noutros países de língua alemã existe um elevado grau de pessimismo e de preocupação quanto ao futuro. De alguma forma estes dados são cíclicos e a causa desta negatividade parece estar na incerteza causada pelo conflito na Ucrânia. Dada a proximidade geográfica, países como a Alemanha, a Áustria e a Suíça têm receio quanto ao abastecimento de matérias-primas, sobretudo petróleo e gás, e o impacto que isso terá sobre os preços da energia”, diz Peter Englisch, líder da EY Global e da região EMEIA para a área de Family Business.

Estabilidade no investimento 
Em matéria de investimento, as conclusões gerais são de estabilidade, com 64% das empresas de média dimensão a planear manter o mesmo nível de investimento nos próximos seis meses, enquanto 29% pretende aumentar e apenas 7% reduzir o investimento no período em causa. A Turquia lidera as intenções de investimento (50% das empresas têm planos para o aumentar, enquanto a Suíça (12%), a Áustria (11%), a Grécia, a Alemanha e a Rússia (10%) são os países que mais referem que vão reduzir o investimento.

Durante o estudo foi identificado que um dos impedimentos ao crescimento reside na escassez de mão-de-obra qualificada. Trinta e um por cento das empresas refere que este factor afectará o respectivo volume de negócios, com a Áustria (59%), a Suíça (55%), a Grécia (55%) e a Alemanha (51%) a manifestarem maior preocupação relativamente a esta condicionante. Já o Reino Unido (25%), a Irlanda (13%), a Suécia (19%), a Finlândia (10%), a Dinamarca (5%) e a Noruega (4%) estão entre os países menos afectados.

 

Fonte: Jornal i

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