É a primeira subida em três anos do PIB per capita expresso em paridades de poder de compra face ao padrão europeu. Os dados do INE significam que, em 2013, o poder de compra dos portugueses ficou 21% abaixo da média da União Europeia, quando em 2012 estava 24% aquém.
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC), passou de 76,% da média da União Europeia em 2012 para 79% em 2013. É a primeira subida em três anos deste indicador que mede a capacidade aquisitiva entre os europeus. Em 2011, o poder de compra dos portugueses correspondera a 78% da média europeia. Nos dois anos anteriores fora de 81%, após 79% em 2007 e 2008, ainda antes da eclosão da crise financeira.
Esta evolução positiva do indicador, que subiu 3,9% em 2013 após uma queda de 2,6% no ano anterior, reflecte a redução do nível relativo de preços – a taxa de inflação em Portugal tem sido quase nula e inferior à média europeia – bem como o aumento do PIB per capita em preços correntes, em resultado do aumento do Produto e da diminuição da população, explica o Instituto Nacional de Estatística, que divulgou os novos dados nesta quinta-feira, 11 de Dezembro, a par do Eurostat.
Olhando para o alinhamento dos 18 países do euro, Portugal mantêm-se em 2013 na mesma posição relativa do ano anterior, ou seja, na cauda da tabela, apenas superando a Grécia e a Estónia.
Como é já usual, o Luxemburgo apresenta o maior PIB per capita ajustado, sendo este mais de duas vezes e meia superior (257%) à média dos 28 países da União Europeia (UE-28) e cerca de seis vezes maior do que o da Bulgária, o país que apresenta o menor nível de riqueza per capita, em 55% da média comunitária.
Tal como em 2012, a vizinha Espanha manteve um PIB per capita equivalente a 94% da média. O indicador na Irlanda persistiu, por seu turno, bem acima da média (tendo o seu PIB per capita voltado a ser 130%), superando Áustria (128%), Suécia (127%), Dinamarca (124%) ou Alemanha (122%).
Abaixo da média, está pela primeira vez em largos anos a Itália (99%), tendo a Grécia voltado a perder terreno, com o PIB per capita ajustado a cair de 74% para 73% entre 2012 e 2013.
O INE e o Eurostat apresentam também a evolução relativa das despesa de consumo individual (DCI), que consideram ser “um indicador mais apropriado para reflectir o bem-estar das famílias”. Olhando por este prisma, a melhoria relativa em Portugal é mais ampla – subida de 5%, após uma queda de 3,6% – tendo as despesas de consumo passado, entre 2012 e 2013, de 80% para 84% da média europeia, superando ligeiramente os 83% registados em 2011.
Fonte: Negócios