Lisboa, Porto, Baixo Vouga e Ave. Das 30 regiões portuguesas, estas são as únicas quatro que superam a média nacional no que diz respeito à competitividade regional. Há um maior equilíbrio quando se analisa o acesso das populações aos recursos básicos. A assimetria regressa ao examinar-se a qualidade ambiental. Mas, neste caso, o interior sai melhor que o litoral.

É um mapa quase totalmente pintado de negro aquele que representa a competitividade regional em Portugal no ano de 2010. Há 30 sub-regiões nacionais e, destas, 26 apresentam um índice de competitividade inferior à média nacional.

Apenas quatro regiões do litoral, enquadradas na distribuição geográfica NUT III (nomenclatura de unidade territorial), conseguem apresentar valores acima da média no potencial de captação de recursos humanos e infra-estruturas, na eficácia na criação de riqueza e na capacidade de o seu tecido empresarial competir no contexto internacional. São elas a Grande Lisboa, Grande Porto, Baixo Vouga e Ave.

A Grande Lisboa é aquela que mais puxa pelo valor da competitividade nacional, com um índice bastante superior ao segundo colocado, o Porto. Baixo Vouga e Ave estão igualmente entre as zonas do país com um nível de competitividade acima da média. Contudo, estas duas zonas estão concentradas na região em torno do Porto, pelo que se formam apenas dois pólos de maior competitividade na país.

Há, assim, dois pólos de competitividade em Portugal “que contrastam com o restante território nacional e, em particular, com o interior continental”. Com os valores mais baixos de competitividade encontram-se a Serra da Estrela, seguida do Pinhal Interior Sul e do Pinhal Interior Norte.

Portugal, um país em que as regiões são mais coesas do que competitivas

Estas são conclusões verificadas no índice de competitividade regional português, um dos três indicadores que compõem o índice sintético de desenvolvimento regional. Todos os anos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) lança esta análise ao desenvolvimento das regiões portuguesas, que se estrutura em três pontos: além da competitividade, são analisadas a coesão e a qualidade ambiental.

Olhando para o índice de coesão, Portugal já não é tão desigual como o da competitividade. Aqui, são 17 as regiões que se situam acima da média nacional. Baixo Mondego, Alentejo Central e Serra da Estrela são os melhor posicionados no indicador que pretende reflectir o grau de acesso da população a equipamentos e serviços colectivos básicos, que ajudam à inclusão social.

Lisboa e Porto voltam a estar acima da média, sendo que Açores, Tâmega e Madeira são os pior classificados neste indicador.

Portugal, país em que o interior tem melhor qualidade ambiental

Quando o INE observa a qualidade ambiental, o negro já não preenche todo o território e, neste campo, o interior sai melhor do que o litoral. O indicador, feito por parte do gabinete de estatísticas, tenta examinar as pressões exercidas pelas actividades económicas e pelas práticas sociais sobre o meio ambiente.

Em destaque pela positiva estão a Serra da Estrela, Alto Alentejo e Douro. Lisboa volta a estar acima da média – a região da capital é a única que está acima da média nos três indicadores. Já o Grande Porto está presente nos valores mais baixos a nível nacional, apenas acima do Alentejo Litoral e Baixo Mondego.

Portugal, país em que o desenvolvimento regional se pinta de negro

Juntando os três indicadores – competitividade, coesão e qualidade ambiental –, o índice sintético de desenvolvimento regional revela um país enegrecido.

Neste caso, são cinco as regiões que puxam pelo desenvolvimento nacional: Grande Lisboa, “de forma destacada”, seguida pelo Cávado, Baixo Vouga, Minho-Lima e Grande Porto, estes mais próximos da média.

Nos últimos lugares do desenvolvimento regional encontram-se Açores, Tâmega, Pinhal Interior Sul e Madeira.

Fonte: Negócios

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