Jornais alemães dão hoje conta de um relatório onde se relevam as pretensões de Portugal e Irlanda no regresso aos mercados.
Portugal e Irlanda estão a pressionar o BCE para obter a ajuda directa da instituição monetária no regresso aos mercados, avançam hoje dois jornais alemães.
Segundo um documento a que o “Die Welt” e o “Handelsblatt” tiveram acesso, citados hoje pela Reuters e pelo “Dow Jones”, Portugal está a pressionar a instituição liderada por Mario Draghi a activar o seu programa de compra de obrigações, conhecido como OMT (Transacções Monetárias Definitivas), de modo a reforçar a confiança dos investidores no País.
Contudo, escreve o Handelsblatt, citado pelo Dow Jones, a maioria dos membros do conselho de governadores opõe-se à utilização deste instrumento para ajudar os estados a regressar aos mercados. Ao mesmo tempo, Vítor Gaspar pretende uma extensão da maturidade do empréstimo europeu.
A Irlanda, por sua vez, insiste na tentativa de converter os empréstimos concedidos ao Anglo Irish Bank e outros bancos em apuros em dívida de longo prazo, de modo a suavizar a estender o prazo de pagamento das notas promissórias. A ideia passará por refinanciar e estender o pagamento dos empréstimos iniciais, feitos através de notas promissórias, através de um empréstimo de longo prazo a realizar pelo próprio Banco Central Irlandês.
Uma e outra questões deverão ser discutidas na reunião do conselho de governadores desta semana, escrevem os dois diários alemães.
Recorde-se que, depois de ter alimentado durante algumas semanas um discurso ambíguo sobre a elegibilidade de Portugal e Irlanda ao OMT, Mário Draghi tem vindo lentamente a clarificar as intenções do BCE.
Segundo avançou o Negócios em Janeiro, Portugal precisará de pelo menos três emissões que completem totalmente a curva de rendimentos para poder qualificar-se para a ajuda do Banco Central.
Uma delas já foi feita com forte procura no final do mês passado. Faltam, por isso, mais duas, em que pelo menos uma delas tenha um prazo de dez anos. Uma dessas emissões deverá também ser feita em leilão (e não através de um sindicato bancário).
Fonte: Negócios